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CRISTIANISMO - ÓPIO DO POVO?
esperança da justiça nesta vida, ou na próxima, irão,
do mesmo modo, provar uma desilusão zombeteira.
Que tipo de incentivo é esse para se lutar pela justiça
agora, ou mesmo por alguma utopia futura que, como
aquela que nos foi prometida no último século, pode,
de qualquer modo, nunca chegar? Isso não é um esti-
mulante. Isso não é, nem mesmo, um sedativo. Isso é
um depressivo.
Mas vamos, agora, considerar a proposição de que
nada se aproveita, exceto a formação de um ‘novo ho-
mem’. Aqui, a Bíblia concorda totalmente com Marx
contra muitas formas de religião popular. A Bíblia en-
sina que o homem é essencialmente mau. Seu coração
é enganoso, acima de todas as coisas, e desesperada-
mente corrupto (Jeremias 17: 9). Nada, nem mesmo os
melhores rituais religiosos ou disciplinas, nem mesmo
o honesto empenho moral do homem podem curar seu
mau coração e tornar o homem aceitável a Deus ou um
cidadão apto a qualquer utopia, nada, isto é, exceto a
remoção do mau coração do homem e sua substituição
por um coração novo, por um espírito novo; em outras
palavras, nada, a não ser a criação de um novo homem
por meio do arrependimento pessoal e da fé no Filho
de Deus, crucificado e ressuscitado, levando à recon-
ciliação com Deus, ao perdão e a uma nova vida (Eze-
quiel 36:26; Tito 3:1-7; 2 Coríntios 5:17; Efésios 2:8-10).
O marxismo, em contrapartida, ensinou que o ho-
mem não é essencialmente mau, apenas ainda imper-
feito, corrompido e alienado pela opressão capitalista.
Remova a opressão, e o homem salvará a si mesmo
e a sua sociedade por seu próprio trabalho. Porém,
mais uma vez, a amarga experiência provou que essa
esperança também é ilusória. Em todos os séculos, os