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CRISTIANISMO - ÓPIO DO POVO?
mem como a tarefa mais difícil na reforma comunista
da sociedade. Até removermos as raízes dos princípios
morais burgueses e tudo mais, treinarmos os homens
no espírito da moral comunista e os renovarmos espi-
ritual e moralmente, não será possível construir uma
sociedade comunista.” (22º Congresso do Partido Co-
munista da União Soviética, 1961) De modo interes-
sante, o Novo Testamento concorda com o marxismo
nesse particular, que pelo menos os rituais religiosos,
as disciplinas e o esforço moral são todos insuficien-
tes; nada se aproveita exceto a criação de um ‘novo
homem’ (ver 2 Coríntios 5:17; Efésios 2:8-10; 4:22-24).
Naturalmente, marxismo e cristianismo irão discordar
sobre o que há de errado com o ‘velho homem’, sobre
qual tipo de ‘novo homem’ é desejável e sobre quais
os meios de introduzir o ‘novo homem’. Mas falare-
mos disso mais tarde. Por enquanto, vamos retornar à
questão do ópio.
Se é verdade que, em alguns séculos e em alguns
países, a religião tem agido como um sedativo, tam-
bém é verdade que, em nosso próprio século, as filo-
sofias humanistas, tanto de direita quanto de esquer-
da, têm agido como poderosos estimulantes. Suas
promessas de uma utopia futura reanimaram o senso
inato de certo e errado das pessoas em ação heroica
e sacrifício para ajudar a realizar a utopia prometi-
da. Por essa causa, durante o último século, milhões
morreram. Mas a utopia prometida não foi alcançada.
Ela parece mais distante do que antes. E, no que diz
respeito a essas milhões de pessoas agora mortas, as
esperanças geradas nelas por essas filosofias humanis-
tas, pelas quais deram ou foram privadas de sua vida,
provaram ser ilusórias.