Cristo como Filho
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céu aberto: "Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo".
Em Mateus, como convém ao registo da realeza de Cristo,
a Sua palavra é uma de apresentação e autenticação: "Este
é o Meu Filho". Em Marcos e Lucas, o Pai diz: "Tu és o Meu
Filho", dirigindo-se diretamente a Ele como o Servo humilde
e Homem solitário, em doce consolo ao Seu coração.
Passadas para sempre a humilhação da cruz e o silêncio
do sepulcro, o Pai, pela segunda vez, dirige estas últimas
palavras ao Seu Filho. Com palavras de saudação triunfante:
"Tu és o Meu Filho, hoje Te gerei" (Hebreus 1:5), o Pai acolhe-O
na glória da Sua ressurreição. A alegria do Pai foi profunda
quando o Seu Amado Filho, em obediência a Sua vontade,
entrou no Seu caminho de humilhação aqui na terra. Quão
imenso, então, devia ter sido o Seu prazer em recebê-Lo
vivo dentre os mortos! Assim apresentou-se a segunda
defesa do relacionamento de Cristo como o Seu Filho, pois
foi "declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de
santificação, pela ressurreição dos mortos" (Romanos 1:4).
Ao vê-Lo, ninguém mais duvidará da certeza da Sua glória
como o Filho de Deus. Finalmente, o prazer que Deus tem
Nele é tanto que trará à glória muitos filhos, todos feitos
agradáveis a Ele no Amado, e todos trazidos para dentro
do abraço do amor paternal de Deus. Todos eles serão
conformados à imagem do Seu filho, todos desfrutando um
relacionamento como filhos semelhante ao relacionamento
Dele, embora não no mesmo nível como o do glorioso
Senhor deles. Assim Deus, em povoar o céu com multidões
de pessoas feitas semelhantes ao Seu Filho, para que nelas
possa contemplar eternamente a formosura Dele, testifica
que Cristo é o Filho do Seu amor.
Portanto, o relacionamento de Cristo como Filho é a Sua
própria glória singular, glória que pertence a Ele por estar
em pé de igualdade com o Pai e igualmente eterno, como
Aquele que habita na perfeita intimidade da Divindade e,
acima de tudo, Aquele que é o objeto supremo do amor do
Pai.