Capítulo 1
Charles Simeon foi um professor universitário que sofreu
muita perseguição e zombaria. Era muito usual nas universidades
inglesas da época, como é ainda hoje, tratar com extremo
desprezo os estudiosos da Bíblia. Em uma ocasião, extremamente
pressionado por seus adversários, ele procurou a solidão dos
bosques e clamou a Deus que lhe mostrasse uma parte do livro
que eles tão entusiasticamente desprezavam. Abrindo seu
Novo Testamento escrito em grego, seus olhos encontraram
imediatamente as palavras sobre Simão, o cireneu. O texto tinha
uma relevância surpreendente, por causa de seu próprio nome.
Foi então que, naquele momento e lugar, ele rogou a Deus que
colocasse a cruz sobre ele novamente, para que, daquele momento
em diante, estivesse vinculado à “aflição como uma coroa de flores
ao pescoço”.
Embora, em última instância, o ato de carregar a cruz seja
um ato voluntário, ele requer esforço e sofrimento, os quais
poderíamos evitar, mas nós aceitamos por causa de Cristo. Não
são realmente as aflições que nos surpreendem, mas, sim, aquelas
que nós assumimos como o cumprimento da morte do Mestre, do
qual ele falou no santo monte (confira Lucas 9).
Podemos tentar salvar nossa vida, afastando-nos dos problemas
e evitando investir tempo e dinheiro em ações ligadas à Sua causa,
para depois percebermos que perdemos nossa vida. Ou podemos
perder nossa vida aos olhos dos homens, mas, na verdade,
descobrir que investimos no melhor de todos os interesses. Nosso
bendito Senhor pode não nos obrigar a levar a cruz, mas, caso
Ele o faça, encontraremos a mesma alegria que encontrou Charles
Simeon há muito tempo.
“Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso
Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu
para o mundo.” (Gálatas 6:14)
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