Introdução
teria o fato de esses discípulos sofrerem e morrerem para propagar
a fé na ressurreição de um líder cujo corpo em decomposição
estava sendo guardado por eles. O martírio desses discípulos é
uma evidência do preço bem elevado da sua fé.
Como eles tinham muitas evidências da realidade de Sua
morte, comprovada pelo Seu sepultamento, assim também eles
tinham provas da Sua identidade na ressurreição. Era o mesmo
Jesus, entretanto, sem as limitações impostas pelo Seu tabernáculo
de carne antes da Sua morte. Como os corpos dos Seus que vivem
por Ele, que, semeados em corpos naturais, são ressuscitados
corpos espirituais, nosso Senhor na ressurreição tem um corpo
com novos poderes, capacitando-O a deixar os lençóis do túmulo
como se não tivessem sido tocados, e depois entrar no cenáculo,
mesmo com todas as portas fechadas.
Em vez disso, nosso propósito é gloriar no fato da Sua
ressurreição e tentar compreender a importância disso o máximo
possível. Paulo vê isso como prova da Sua divindade em Romanos
1:4; uma passagem que evidentemente inclui a ressurreição de
outros, em que a palavra “mortos” é plural. Paulo também vê
nos poderes adquiridos uma garantia da nossa ressurreição (1
Coríntios 15). Pedro vê na ressurreição uma promessa de uma
herança celestial reservada para nós, e nós sendo reservados
para ela. Somos gerados de novo para uma viva esperança, pela
ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos (1 Pedro 1:3-5). João
está ansioso, não somente no seu evangelho, mas também no livro
de Apocalipse, que nós possamos distinguir entre a ressurreição
da vida e a ressurreição do juízo, que são consequências da Sua
ressurreição.
Vemos antecipações de Sua ressurreição no Velho Testamento,
não simplesmente nas profecias que foram reveladas antes Dele,
mas também nos tipos e figuras. Iremos notar alguns destes e
depois iremos analisar os relatos dos Evangelhos. Tais relatos são
grandemente significativos e, ao mesmo tempo, belos e simples.
Os autores, como já temos dito, parecem não se importar com
as dificuldades que eles criam nas aparentes divergências das
suas narrativas. Eles parecem não perceber as provas que eles
estão dando de total ausência de conspiração. Cremos que cada
escritor dos Evangelhos tem a mente de Deus, e o que ele inclui é
de acordo com o propósito do livro como um todo.
Podemos imaginar, ao ler o relato de Marcos, que os
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