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A DEFINIÇÃO DO CRISTIANISMO
base indispensável do evangelho cristão.
Na segunda seção principal da obra (6:8-9:31),
Estêvão, o primeiro mártir cristão, embora tivesse
sido criado para honrar o templo judaico, começou
a perceber que o sacrifício de Cristo na cruz, sua
ressurreição e entrada no céu, carregavam implicações
que, consequentemente, tornariam o templo obsoleto,
juntamente com todo seu elaborado sistema de
sacrifícios, rituais e sacerdócio. Por levar adiante essa
visão e sustentá-la em discussão pública, sua vida foi
levada a julgamento. Mas ele não fez nenhuma tentativa
de retratar-se. Para ele, a compreensão cristã da nova
forma do homem se aproximar de Deus, inaugurada
por Cristo, era tão essencial ao evangelho que um
acordo não era possível. Então, Estêvão morreu, e o
cristianismo definiu outro elemento em sua mensagem
essencial.
Na terceira seção (9:32-12:24), Lucas conta como o
antigo conceito judaico de santidade ameaçava impedir
que a mensagem cristã pulasse das fronteiras do
judaísmo para o mundo gentílico, vastamente maior.
Deus, por essa razão, teve de intervir, para ensinar ao
apóstolo Pedro o quão diferente o cristianismo seria
do judaísmo em que ele havia sido criado. A santidade
externa e ritualista, baseada na estrita observância das
leis alimentares e abluções religiosas, válida como
era nos dias do Antigo Testamento, não era mais
apropriada.
Para dizer a verdade, ela agora deveria ser deixada
de lado. Desse momento em diante, a santidade seria
alcançada por um relacionamento profundo, íntimo
e pessoal com o Senhor vivo. A purificação da culpa