A Bíblia e a Ética
A religião como fonte de valores?
Nos países onde as normas de conduta foram baseadas em
alguma forma de ideologia ateísta, a reação natural de mui-
tas pessoas diante do desapontamento e da perplexidade
com a ruína dessas normas é recorrer à religião. Por outro
lado, não é óbvio para todos que a religião tenha as respostas
necessárias. É notório que, em algumas partes do mundo, as
pessoas estão combatendo, torturando e matando seus opo-
nentes em nome da religião. E isso certamente demonstra
uma perversão terrível dos valores humanos; embora, para
ser justo, muitas vezes representa uma perversão igualmen-
te assustadora dos verdadeiros princípios da religião em
cujo nome se age.
A nossa responsabilidade
Tudo isso deposita um fardo muito pesado sobre aqueles
que não querem que a próxima geração enfrente a vida em
sociedades desprovidas de valores. E, em especial, nós pro-
fessores, independente do nível de ensino, temos o dever de
comunicar aos nossos alunos os princípios morais e as nor-
mas éticas capazes de lhes proporcionar uma base sólida e
saudável para suas futuras vidas privadas, sociais e profis-
sionais. Os cientistas podem muito bem se sentir tentados a
argumentar que o ensino da moral e da ética aos alunos não
é de sua conta. E talvez não seja a responsabilidade direta
deles. A ciência certamente, como tal, não é capaz de nos dar
respostas nem às questões morais que ela própria suscita. A
ciência nos deu a bomba de hidrogênio; mas a ciência, por
si só, não é capaz de nos dizer se é correto usá-la. Contudo,
deve ser do interesse dos professores de ciências que seus
alunos recebam diretrizes morais adequadas para tomarem
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