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Editorial

A elaboração de uma revista de crítica de arte é sempre muito trabalhosa devido à busca por um resultado que possa trazer aos leitores uma rica visão de determinadas obras, e reflexões acerca desse campo tão rico e abrangente como é a arte. O que se tem aqui é resultado de trabalhos que buscam contribuir com a produção de conhecimento, por isso é tão importante a divulgação de cada edição, e importa porque a democratização do saber é essencial ao nosso crescimento enquanto povo e como sociedade..

Temos o prazer, portanto, de entregar aos nossos leitores essa edição da revista LetArt que está bastante especial. Para evidenciar a grande qualidade que tem marcado a participação das mulheres no mundo da arte, principalmente da crítica de arte, convidamos três críticas que estudam diferentes tipos de obras artísticas, em diferentes suportes, no qual algumas dessas obras transcendem os suportes tradicionalmente restritos àquele campo artístico e caminham para o inespecífico, pelos campos da inespecificidade. Foi convidado também um crítico de arte homem, mas que, sobretudo, trabalha com obras realizadas por mulheres e sobre mulheres.

Assim, a inespecificidade da arte na poesia é o tema que perpassa a análise crítica do Poema “O poeta se confessa enfastiado de sua profissão”, de Affonso Romano de Sant’Anna, escrito em 1967. A crítica literária e escritora Angela Belas acredita que o poema evidencia como a inespecificidade , característica da arte contemporânea, inclusive da literatura, conceito desenvolvido por Florência Garramuño, já estava presente em obras da década de 1960.