Segundo o historiador Sávio Queiroz, apesar da lavagem ser possivelmente a maior manifestação religiosa do Brasil, a devoção ao senhor do Bonfim se iniciou em Setúbal, Portugal.
A vontade de agradecer por voltar vivo da guerra do paraguai, possivelmente foi como tudo começou. Um soldado português, homem cansado da guerra e da viagem que fizera, convidou amigos para lavar as escadarias da igreja do Senhor do Bonfim.
Suas pernas pesavam e suas costas doíam por conta da viagem, mas reunindo forças e apoiado por seus pares, lavou as escadas, enquanto o sol, filtrado pelos vidros das janelas do Bonfim iluminava o altar e as salas internas do santuário. Enquanto as escadas eram lavadas, fiés e curiosos que passavam pelo local se aglomeravam para ver e entender o que acontecia ali. Segundo essa versão da história, a manifestação e efervescência cultural que hoje atraem mais de 2 milhões de pessoas, teve início no século 19, entre 1865 e 1870.
Segundo o Cônego Edson de Menezes, há uma segunda versão, “Em 1773, integrantes da irmandade e pessoas ricas da cidade obrigavam os empregados e escravos a lavarem a igreja na quinta feira antes da festa, era um ato que transformava o ambiente interno da igreja. Era muito festivo, com gritarias e palavras inapropriadas para o ambiente”, completou.
De acordo com registros do santuário, em tempos passados, as janelas, chamadas de tribunas, eram usadas por curiosos que humilhavam as pessoas e acabavam por transformar tudo numa grande
Lavagem do Bonfim: A história de uma manifestação, fé e multiplicidade religiosa
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ABRIL - CULTURA
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