MUDE A SOCIEDADE, NÃO O CORPO DAS CRIANÇAS INTERSEXO
A decisão fica na mão dos pais, que tomam uma decisão precipitada que repercute fisicamente, mentalmente e psicologicamente na vida futura desta criança. E é por isso que essa decisão não deve ser tomada de imediato, a pessoa deve decidir quando crescer, quando realmente assumirem a sua identidade e personalidade, já que, a intersexualidade não necessariamente precisa ser um problema. Entretanto muitos acham que ser intersexual é como ter uma doença, inclusive a maioria das instituições médicas ao redor do mundo acredita que pessoas intersexuais precisam ser “consertadas”.
É importante ressaltar que ser intersexo não é um risco para a sua saúde. Ainda na atualidade, a questão da intersexualidade é um tabu em nossa sociedade, e que muitas vezes por falta de informação, essas pessoas sofrem muito preconceito, tornando-se uma população marginalizada. Muitas pessoas descobrem ser intersexo após muitos anos, pois os pais acabam omitindo essa informação, por ainda essa questão ser um tabu e por medo de que seu filho sofra preconceito.
Dessa forma, começam a surgir perguntas sobre suas cicatrizes, a rejeição com seu próprio corpo após a cirurgia, questionamento sobre a sua identidade de gênero, entre outros problemas. Portanto, é indiscutível que todas as pessoas deveriam ter o direito de saber a verdade sobre o seu corpo e de tomar suas próprias decisões, para assim não ocorrer arrependimentos futuramente, e a pessoa desenvolver problemas de aceitação ou até mesmo depressão por não se aceitar daquela forma.
A questão da identidade do intersexo cabe aos pais do indivíduo incapaz ou seus responsáveis legais, já que no Brasil não há políticas públicas que atendam o indivíduo de forma humanizada e individualizada, tendo em vista que cada indivíduo é único e sua identidade social, a consciência de si mesmo e sua percepção corporal devem ser levados em conta de modo que não seja imposto um desconforto social devido a designação sexual precoce através de cirurgias e/ou terapia hormonal.
Escrito por Maria Gabriela