Jornal Unihorizontes Jornal Unihorizontes - Edição 53 | Page 7

EDIÇÃO 53 - JANEIRO/FEVEREIRO/MARÇO - 2020 Artigo Luiz Henrique de Freitas Oliveira Prof. Dr. Gustavo Rodrigues Cunha Unihorizontes convida empresas e profissionais para debater temas de relevância para o mercado Práticas de Governança Corporativa: estudo em uma cooperativa de crédito no Estado de Minas Gerais Como as cooperativas de crédito são instituições financeiras com- plicadas, com propriedade difusa, é preciso o emprego de meca- nismos de governança, para que seja realizada a separação entre a gestão e a propriedade, maximi- zando a confiança e a efetivação da delegação de poderes protoco- lares no procedimento de gestão (MOURA COSTA; AZEVEDO, 2010). O capital das cooperativas de crédito não é negociado em mercado de ações, como as outras instituições pertencentes ao sistema financeiro, algo que aumenta a necessidade de práticas de boa governança. A gestão dessas organizações tem sido realizada exclusivamente por associados, que nem sempre con- tam com as devidas competências gerenciais necessárias. Esse cenário vem se alterando nos últimos anos, principalmente por conta da Re- solução 3859/2010 do BACEN, que objetivou disseminar diretrizes para as boas práticas de governança em cooperativas de crédito. De acordo com Ventura et al. (2009), os problemas de governança detec- tados nas instituições financeiras foram a pequena participação efetiva dos conselhos no monito- ramento da gestão, assim como falta de controle externo, assimetria de informações, falta de objetivos em longo prazo e a formatação de mecanismos salariais para os executivos. As diretrizes de boas práticas de governança estão divididas em qua- tro temas, que buscam evidenciar grupo de questões da governança consideradas essenciais para as cooperativas. São eles: represen- tatividade e participação; direção estratégica; gestão executiva e fiscalização e controle. A representatividade e participação, se refere à presença e manifestação dos diversos conjuntos ou grupos legítimos de interesses quanto aos objetivos e às políticas da coopera- tiva (BACEN, 2009). A diretriz direção estratégica obje- tiva fortalecer a capacidade de atu- ação dos administradores eleitos, que não desempenham funções estratégicas e que, portanto, têm como principal missão traduzir as expectativas dos cooperados em orientações e estratégias que serão desenvolvidas pelos executivos, além de acompanhar a sua execu- ção (BACEN, 2009). A diretriz gestão executiva orienta quanto à atuação e responsabilida- des dos administradores e à capa- citação técnica destes, bem como instrui sobre o que deve conter no código de conduta e padrão ético da cooperativa, como estabelecer e divulgar as políticas de risco e crédito e sobre a prestação de infor- mação referente à cooperativa, ou seja, como deverá ser toda a gestão executiva (BACEN, 2009). A diretriz fiscalização e controle tenciona reforçar o papel do Conse- lho Fiscal como o mais importante órgão de fiscalização e controle por parte dos associados, uma vez que ele não é subordinado ao órgão de administração da cooperativa (BACEN, 2009). Este estudo pretendeu analisar a implementação das diretrizes de Governança Corporativa do Banco Central no SICOOB UFVCredi, além de descrever e avaliar a percepção dos associados do SICOOB UFVCre- di sobre as práticas de Governança Corporativa; descrever e analisar a percepção dos membros do Con- selho de Administração do SICOOB UFVCredi sobre a Governança Corporativa, bem como descrever a participação dos associados nas atividades de planejamento, controle e avaliação no SICOOB UFVCredi. Em relação à metodologia, trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa, utilizan- do-se o método estudo de caso. A coleta de dados contemplou 10 entrevistas semiestruturadas com os associados da cooperativa e 9 entrevistas com os membros do Conselho de Administração. Pode-se concluir no que se refere às diretrizes representatividade e participação, que a participação é inerente ao cooperativismo e essen- cial para o seu desenvolvimento e sucesso. Por se configurarem como sociedade de pessoas, as coopera- tivas devem dispor de mecanismos internos de participação, confiança mútua e voluntarismo nas ações. Assim, a existência de um modelo adequado de participação, de baixo custo e alta representatividade, mostra-se essencial para o sucesso das cooperativas e para o próprio fortalecimento dos ideais coopera- tivistas. No que tange à diretriz direção estratégica, é importante destacar a necessidade de fortalecer a capaci- dade de atuação dos administrado- res eleitos que não desempenham funções estratégicas e, portanto, têm como principal missão traduzir as expectativas dos cooperados em orientações e estratégias que serão desenvolvidas pelos executivos, além de acompanhar sua execução. Com relação à diretriz gestão execu- tiva, os entrevistados verbalizaram a importância de confiar no trabalho dos eleitos e funcionários, bem como em sua capacidade técnica de gestão. Os relatórios sobre a ges- tão e os resultados da cooperativa são pouco divulgados. No que tange às diretrizes fiscali- zação e controle, os conselheiros deixaram claro que, além dos mecanismos de riscos obrigatórios exigidos pelo Banco Central, a cooperativa se baseia na política de crédito, em que é analisado o perfil do cooperado. Pode-se observar que a atuação com independência do Conselho Fiscal é necessária, visto que na visão dos cooperados e conselheiros a fiscalização deve acontecer de maneira clara e sem privilégios. O programa de Mestrado em Administração do Centro Univer- sitário Unihorizontes, por meio de seus núcleos de pesquisas, está realizando uma série de encontros com a finalidade promover debates abertos à sociedade, de temas atu- ais e relevantes. O público-alvo são funcionários e representantes de empresas de BH e Região Metropo- litana, de vários segmentos. O primeiro desses eventos foi organizado pelo Nupec (Núcleo de Pesquisa em Estratégia e Compe- titividade) e aconteceu no dia 17 de outubro destacando o tema “As organizações na era 4.0: as frontei- ras da inovação e neurobusiness”. A mesa de debates foi composta pe- los professores Dr.ª Caissa Veloso e Sousa, Pró-Reitora de Pós-Gradua- ção e Pesquisa, Dr. José Edson Lara e Dr.ª Georgiana Luna Batinga. Observa-se a relevância da coo- perativa investigada em seguir as Diretrizes de Governança Corpo- rativa do Banco Central, aperfei- çoando, consecutivamente, e, de forma especifica, os critérios de representatividade, participação, comunicação, fiscalização e contro- le, visando tornar as cooperativas bem gerenciadas, com a finalidade de garantir o crescimento e a sua perpetuidade. No âmbito acadêmico, este estudo possibilitou novos entendimentos e contribuições acerca das práticas de governança corporativa em Cooperativa de Crédito e análises que investigam as Diretrizes de Governança Corporativa do BACEN dentro da cooperativa analisada. REFERENCIAS BANCO CENTRAL DO BRASIL. Governança coope- rativa: diretrizes e mecanismos para fortalecimento da governança em cooperativas de crédito. Brasília (DF): Banco Central do Brasil, 2009. MOURA COSTA, D. R; AZEVEDO, P. F. Determinantes da delegação do direito de controle formal nas co- operativas agropecuárias brasileiras. 48. Congresso SOBER. Sociedade Brasileira de Economia, Admi- nistração e Sociologia Rural. Campo Grande, 2010 SOUSA NETO, J. A.; REIS, D. A. Os Impactos da Governança Corporativa em uma Cooperativa de Crédito. Revista Gestão e Tecnologia, Pedro Leopol- do, v. 15, n. 2, p. 211-234, mai./ago. 2015. VENTURA, E. C. F. et al. Governança Cooperativa: diretrizes e mecanismos para fortalecimento da governança em cooperativas de crédito. Brasília: BCB, 2009. Mestrado em Administração abre novo período de inscrições para 2020 Está aberto até 31 de janeiro o pe- ríodo de inscrições para o processo seletivo do Mestrado em Adminis- tração do Unihorizontes. As aulas começam em fevereiro. Com quase 800 mestres titulados, o Mestrado em Administração do Unihorizontes foi criado por professores prove- nientes da UFMG e é referência entre os cursos de pós-graduação stricto sensu na área de gestão. O curso atrai profissionais de diversas áreas do conhecimento, tais como: Administração, Comunicação, Direito, Enfermagem, Engenharia, Psicologia, dentre outros. Consulte condições de financiamento ou parcelamento em 36 vezes. Arquivo A governança corporativa preenche espaço atualmente nos ambientes empresarial, acadêmico, na mídia e participando de diferentes fóruns internacionais, que debatem os de- safios para o desenvolvimento das nações. Uma de suas mais notórias finalidades é proteger o valor da empresa com políticas de controle e disclosure da informação (SOUSA NETO; REIS, 2015). Encontro Nurteg O segundo encontro foi organizado pelo Nurteg (Núcleo de Pesquisa em Relações de Trabalho e Tecno- logia de Gestão) e aconteceu no dia 13 de novembro com o tema “Organizações 4.0 e as múltiplas temáticas nas situações de traba- lho”. A Prof.ª Drª Marlene Catarina de Oliveira Lopes Melo, coordena- dora do Núcleo, mediou o debate entre os professores Dr. Luiz Carlos Honório, Dr. Luciano Zille Pereira e Dr.ª Fernanda Versiani. Na ocasião, a Prof.ª Dr.ª Marlene Catarina de Oliveira Lopes Melo destacou: “a quarta revolução tec- nológica consiste em ver a tecnolo- gia como algo que vai além de ser uma ferramenta inevitável, ela tem a capacidade de interações conhe- cidas e não conhecidas impactando a vida do indivíduo, famílias, dos grupos sociais, das organizações, das comunidades, enfim, das nações. Com certeza, nossas vidas serão cada dia mais distantes do que estamos vivendo hoje”. Fique ligado: em breve serão organizados novos encontros. Mais informações pelo site: www.unihorizontes.br ou pelo tele- fone: 31 3349-2925 JORNAL UNIHORIZONTES 07