Teresa Salgueiro, a ex-vocalista dos Madredeus, numa entrevista concedida ao “Notícias ao Minuto”, sublinha que uma das maiores “dificuldades deriva da cultura da comunicação da música em Portugal”.
Durante muitos anos, vários programas de televisão como o Popoff, o Deixem Passar a Música e o Passeio dos Alegres com Júlio Isidro cumpriam o propósito de levar a nova música portuguesa à televisão.
Numa entrevista concedida à revista Activa, em 2016, Isidro sabe ter sido o responsável pelo lançamento de centenas de artistas. “Tinha absoluta noção disso. Mas sempre achei que a televisão e a rádio não eram minhas, e se eu tinha este poder, tinha a obrigação de o exercer em serviço público. E orgulho-me de todos os que lancei.” E acrescenta, “O Carlos Paião estreou-se no meu programa, o Rui Veloso, os Heróis do Mar, tantos. Hoje é tudo importado, massificado, plastificado. Eu não me preocupo com a tirania das audiências, mas preocupo-me com a tirania da qualidade. E acho que a qualidade faz as audiências.”
Hoje, sem contar com talent shows como o The Voice e o sazonal Festival da Canção, há dois programas na televisão que falam sobre música, o Autores e o Estúdio 24, ambos produzidos pela TVI. O primeiro visa, segundo informação disponibilizada no site, dar “destaque a carreiras consolidadas, a novos talentos, e às revelações”. Assistindo-se a uns episódios percebe-se rapidamente que só é cumprido o primeiro objetivo. O Estúdio 24 diz apresentar “concertos exclusivos, diferentes estilos, nomes consagrados e revelações da música contemporânea. Sempre ao vivo e com público, a TVI24 é o novo palco da música atual”. Fomos também espreitar a programação e chegámos à conclusão que padece da mesma doença do Autores. Em 2018, dezoito artistas atuaram no programa. Nenhum é artista emergente. Todos têm carreiras seguras, consolidadas e, em certos casos, mesmo ultrapassadas.
“Hoje não há espaço na televisão”, lamenta Severo.
O Papel dos Media - Porquê tão Pouco Espaço? Porquê t
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