Jornal Gazeta Regional Edição 1671 1671 | Page 3

cidades GAZETA REGIONAL www.gazetaregional.com.br 4 de maio de 2019 3 PROCESSO Prefeito de Pedreira pode ser indenizado em R$ 15 mil por danos morais O processo tem como ré uma moradora do município de Pedreira e foi motivado por comentários postados nas redes sociais Viviane Westin [email protected] O prefeito de Pedrei- ra, Hamilton Bernardes Junior, entrou com uma ação de indenização por danos morais contra uma moradora da mesma ci- dade, com residência no bairro Jardim Santa Clara, por comentários postados no Facebook, considerados pelo autor do processo como acu- sações caluniosas e difa- matórias. O pedido é para que a mulher seja condenada a pagar as custas dos pro- cessos e honorários dos advogados arbitrados em 20% do valor da conde- nação. Segundo informa- do pelos advogados con- tratados pelo prefeito, “as motivações que levaram ao processo na justiça se referem a ofensas à pes- soa Hamilton Bernardes e a sua família, inclusive existem outros processos em aberto na Justiça”. Ainda segundo os advogados, no caso em questão, “a Justiça já a condenou (a ré) ao pa- gamento de R$ 15 mil e, até o momento, não há chances de conciliação”, complementam em nota enviada à reportagem. Para entender o caso, é preciso lembrar que em novembro do ano passa- do o prefeito teve a sua casa assaltada. A família foi amarrada com grava- tas e ameaçada de morte, caso dinheiro e joias não fossem entregues. Na- quela ocasião, os ladrões levaram dois carros, joias, celulares, eletro- eletrônicos, além de R$ 6 mil em dinheiro. Ocorre que no dia se- guinte ao fato, a mora- dora em questão (ré) foi uma, dentre várias pes- soas, que postaram pu- blicações consideradas “maldosas, caluniosas e difamatórias” dirigidas ao prefeito, em decor- rência do assalto sofrido. “Como se não bastasse o constrangimento e a humilhação sofrida pelo autor em decorrência do assalto”, justifica o his- tórico do processo. As publicações foram feitas na página Grupo Fala Cidadão – Pedreira SP da rede social Face- book. “Não foi assalto, foi reembolso” e “temos muito gado e fazenda por ai”, foram postagens destacadas no processo e que são atribuídas à ré. No ponto de vista do au- tor da ação, “ultrapassou os limites da mera crítica política e insinua que o Autor é ladrão! A irres- ponsabilidade dessas afir- mações denigre a carreira política do Autor, além de causar danos à sua honra e dignidade, com as re- SAMUEL OLIVEIRA Segundo os advogados do prefeito Hamilton Bernardes, outros processos estão abertos com as mesmas motivações percussões negativas nas redes sociais.” A repercussão dos fa- tos, considerando-se a notoriedade do prefeito em toda a Região Me- tropolitana de Campinas (RMC) é apontada como um dos fatos “que causou ainda mais dor e abalos psíquico e moral, pois além de atingir sua es- fera individual, excedeu à esfera pública”. A acusação evidencia que a página utilizada para a manifestação da ré possui mais de 33 mil membros, “razão pela qual seus comentários ofensivos e de baixa educação tornaram-se amplamente públicos e se disseminaram na co- letividade, com reper- cussões negativas. Além de cidadãos da cidade de Pedreira, participam deste grupo cidadãos de cidades vizinhas”, destacam. Segundo a Agência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), “quando presenciamos uma pes- soa xingando ou acusan- do outra de um crime, é bastante comum que se levante a hipótese de cri- mes de calúnia, difama- ção ou injúria”. “Embora sejam três crimes contra a honra e tipificados no Códi- go Penal, existem várias diferenças entre eles. Calúnia e a difamação são crimes contra a hon- ra objetiva, ou seja, que atingem a reputação do indivíduo perante a so- ciedade. Já a injúria afe- ta a honra subjetiva – em outras palavras, o senti- mento de respeito pesso- al.” Segundo justificado no processo, “a repreen- são à conduta da ré, com sua condenação em inde- nização por danos mo- rais” cabe como medida para o autor “se ver res- sarcido de todos os danos que lhe foram causados”. O QUE DIZ A RÉ Segundo a moradora (ré), “em nenhum mo- mento quis ofender o prefeito, nem chamá-lo de ladrão como ele dis- se. E não foi isso que eu disse em nenhum mo- mento”. Ela alega que problemas e dificuldades familiares pelos quais está passando contribuí- ram para sua “revolta” e para que “se expressasse mal”. “Quando precisa- mos, não temos ajuda em nada do poder público”, desabafa em suas consi- derações. Em seu ponto de vista, a ré considera: “não lhe causei nenhum prejuízo financeiro, então acho in- justo o valor pedido, tendo em vista que no momento não tenho condições ne- nhuma de pagar nada”. Ainda segundo ela, sua proposta em uma das au- diências de conciliação foi a de retratação em todas as páginas nas quais o seu comentário chegou, mas não foi aceito. “Se meu comentário lhe causou prejuízo moral, por que o pagamento tem que ser em valores se a retratação lhe traria melhor efeito para isso?”, considerou. SEGURANÇA Programa Vizinhança Solidária no Comércio é lançado em Jaguariúna A segurança para que comerciantes de Jagua- riúna possam trabalhar com tranquilidade, sem temer assaltos ou furtos em plena luz do dia, deve melhorar consideravel- mente com a implantação do Programa Vizinhan- ça Solidária no Comér- cio. Os detalhes serão discutidos em reunião que ocorrerá na próxima quinta-feira (9), às 19h, na Associação Comer- cial e Industrial (ACI) de Jaguariúna, entre comer- ciantes e representantes da Prefeitura, da Polícia Municipal e da Polícia Militar. A ACI está loca- lizada na Rua Júlia Bue- no, 651 – Centro. O lançamento foi anunciado após a reu- nião ocorrida na última quinta-feira (2) em que participaram o prefeito Gustavo Reis, o coman- dante do Pelotão da Po- lícia Militar de Jagua- riúna, sub-tenente PM Norder - Wendell Norder Rocha, o secretário mu- nicipal de Segurança Pú- blica, Renato José de Al- meida Chaves Filho, e o presidente da ACI, João Rodrigues dos Santos. A ação, segundo con- senso entre os partici- pantes, começará já na semana do Dia das Mães. “Essa união de esforços busca dar a segurança que todos precisam para viver e trabalhar em paz. Nossos comerciantes são um segmento importante da economia local, por isso, merecem toda a atenção e fazemos ques- tão de colaborar no que for possível”, disse o prefeito. Na avaliação dos co- mandantes da PM e da Polícia Municipal, o Pro- grama Vizinhança Soli- dária no Comércio será uma ferramenta a mais para garantir a tranqui- lidade, uma vez que so- mará esforços entre os SAMUEL OLIVEIRA Sub-tenente PM Norder (à esq.), João Rodrigues – presidente da ACI e Renato Chaves - secretário municipal de Segurança próprios interessados, os comerciantes: “Trata-se de prevenção primária de segurança, por isso, pas- saremos orientações aos comerciantes sobre com- portamento das pessoas, posicionamento ideal das câmeras que captam imagens e até mesmo si- tuação de fragilidade no próprio comércio”. O secretário de Se- gurança destacou que o Programa vai se somar à inauguração da cen- tral de monitoramento do Centro de Operações e Inteligência (COI), no dia 16 de maio. Segundo ele, o sistema vai contar com 40 câmeras de ví- deo, sendo 23 instaladas pela Prefeitura e outras 17 que serão acopladas, pois já funcionam de for- ma individual. “E nunca é demais reforçar: qual- quer atividade suspeita deve ser comunicada de imediato às forças de se- gurança pelos telefones 153 da Polícia Municipal ou 190 da Polícia Mili- tar”, explica Renato. Por sua vez, enquanto representante legal dos comerciantes, João Ro- drigues dos Santos apro- vou a iniciativa: “Tudo o que for implantado para melhorar a segurança da população, e os comer- ciantes são um segmento importante dela, tem o apoio e a participação da Associação Comercial. Vamos trabalhar pelo su- cesso do programa Vizi- nhança Solidária no Co- mércio por um motivo simples: juntos, somos mais fortes”.