Jornal Gazeta Regional Edição 1671 1671 | Page 2

OPiNIãO GAZETA REGIONAL www.gazetaregional.com.br 4 de maio de 2019 EDITORIAL GAZETA REGIONAL NA REDE Mês de maio incentiva cuidados com a saúde Você sabia que um a cada quatro adultos no Brasil sofre de hipertensão? E que 34 pessoas morrem por hora de doenças car- diovasculares no país? Sim, os números são altos - e assustado- res. Mas o Ministério da Saúde tem uma explicação: segundo o órgão, um a cada três brasileiros não faz o check-up anual com regularidade. Ao longo desta edição, trazemos dados impor- tantes sobre doenças sérias que andam atrapalhando a vida da população. Cada uma com suas particularidades e tratamentos distintos, mas a maioria com um mesmo denominador: pode ser prevenida. Ao adotar um estilo de vida mais saudável - aquele tradicional combo alimentação de qualidade + 30 minutos de exercícios diários + exames de rotina -, conseguimos prevenir problemas de saúde, tanto físi- cos quanto mentais. Outro ponto fundamental na busca por uma vida livre de doenças é a vaci- nação. Estratégia primordial de qualquer programa de prevenção de saúde, a vacina já salvou mi- lhões de vidas ao longo de vá- rias décadas ao proteger contra diversos agentes infecciosos e reduzir o risco de complicações após a doença inicial. Nos últi- mos anos, porém, ela tem gerado resistência: seja pelo problema de disponibilidade de doses, o que ocorre em diversos pontos ANTIGAMENTE ERA ASSIM... Ossos do ofício Manoel Seixas* Num bate-papo informal, há muitos anos, com meu mano João, da cidade de Ribeirão Preto, justamente quando a conversa girava em torno de política, ou mais precisamente eleições municipais, fiquei deveras surpreso ante um fato que me foi revelado. Talvez, vão me argumentar, por que política? Se, na ocasião, não havia uma definição concreta na esfera governamen- tal e os novos partidos embrionários ainda em fase de reorganização, pecavam em tempos de transcendentais decisões. Em verdade o molho, o tempero político api- mentado é o mesmo, mas a singular histó- ria que foi contada tem pinceladas muito diferentes. Infelizmente fermentada com a massa da hipocrisia, que inclusive en- fatizou e azucrinou a vida de um respei- tável cidadão que acreditava piamente na sinceridade dos descendestes de adão. Por questão ética e respeito mútuo, que sem- pre nos ligaram na seara política, e pelo fato de o desaparecido pertencer ao clã de uma das tradicionais famílias ribeirão pre- tanas, deixo de delinear seu nome. Meu irmão que, na ocasião era radica- do em Guatapará, inclusive o acompanhou em sua campanha eleitoral, em busca do sagrado voto. Aparentemente a recepti- vidade testada naquele pujante distrito, ofereceu-lhe um crédito tal de confiança que fê-lo sonhar alto. E cita-se que num determinado dia, após exaustiva maratona política, entrecortada de reuniões acalora- das, debates e um monstruoso comício, o candidato focalizado, chegava finalmente à casa do morador mais antigo do luga- rejo. Já era que noite, o chefe de família era responsável por uma respeitável prole, se assentava num banquinho de madeira e fazendo o seu picadão à base de fumo goiano, foi logo falando com voz ardida: - Vamos “entrá”, minha gente. Entre crianças e gente graúda, exis- tiam na pequena sala, mais ou menos umas vinte pessoas. E olha que não foi tarefa fácil apertar a mão de cada uma. A chaleira de ferro, posta sobre a imensa chapa de fogão a lenha, se agi- tava, fervilhava e expelia pelo bico tênue vapor, denunciando que logo um cafezi- nho cheiroso, socado no pilão e torrado em casa, seria servido. (Continua) Manoel Seixas* é ferroviário aposentado e ex-vice-prefei- to de Jaguariúna Tomaz de Aquino Pires* É bom trazer as memórias da época des- te Sumo Pontífice, do bispo e do piedoso e inesquecível vigário, no final dos anos 1950. A Igreja era organizada em Asso- ciações Religiosas onde os fiéis eram reu- nidos por seu estado civil, opção de traba- lho pastoral e faixa etária. As crianças da catequese continuavam no movimento de Perseverança Cristã, que era a Cruzada Eu- carística. Nela já se preparava para a Cris- ma, através da vivência aos sacramentos. As meninas trajavam uniforme branco com fita azul e boinas, tinham lazer em passeios bem acompanhados. Os meninos e coroi- nhas jogavam futebol no campo do padre. O técnico José Bergamasco, “Bega”, trei- nava o “São Cristóvão”. Esses meninos aju- daram até a gramar o estádio. O catecismo era diário, entre os períodos escolares da manhã e da tarde e às 14 horas dos domin- gos. E neles incluíam-se os que já haviam feito a primeira comunhão. Padre Gomes fazia a abertura cantando com as crianças o “Creio em Deus Pai” e o “Vimos aqui, ó Senhor, jubilosos..para aprender vossa lei só de amor”... Os canarinhos do Pe. Gomes tinham seu canto auxiliado pela acústica da matriz. Seu Vigário finalizava dando in- O Governo deAs emoções são expressões afetivas acompanhadas de reações intensas e breves do organismo, em resposta a um acontecimento inesperado ou, às vezes, a um acontecimento muito aguardado (fantasiado) que, quando acontece... Nas emoções é possível observar uma relação entre os afetos e a organização cor- poral, ou seja, as reações orgânicas, as mo- dificações que ocorrem no organismo, como distúrbios gastrointestinal, cardiorrespirató- rios, sudorese, tremor. Um exemplo comum é a alteração dos batimentos cardíacos. Du- rante muito tempo, acreditou-se no coração como o lugar da emoção, talvez pelo fato de, ao manifestar-se, vir frequentemente acom- panhada de fortes batimentos cardíacos. Por isso, até hoje desenhamos corações para di- zer que estamos apaixonados. Outras reações orgânica acompanham as emoções e revelam vivencias ou estados emocionas do indivíduo: tremor, riso, choro, lagrimas, expressões faciais etc. As reações orgânicas fogem ao nosso controle. Pode- mos “segurar o choro”, mas não consegui- mos deixar de “chorar por dentro”, sentindo aquele nó na garganta e, às vezes, tentamos, mas não conseguimos segurar duas ou três lagrimas que escorrem, traindo-nos, de- Uma publicação semanal da ERGV Jornal Gazeta de Jaguariúna EI- RELI ME - CNPJ 24.638.802/0001-90 ENDEREÇO Rua Cândido Bueno, 1299 - Sala 4 - Piso Superior (Jaguar Center Plaza) - Jaguariúna - SP CEP: 13910-033 www.gazetaregional.com.br /gazetaregional.jaguariuna [email protected] Rua Cândido Bueno, 1299 – Sala 4 - Piso Superior (Jaguar Center Plaza) - Jaguariúna Papa Pio XII, bispo D. Paulo e padre Gomes (Síntese) gresso gratuito ao “matinée” do Cine Paro- quial Santa Maria. Havia interessantes fil- mes seriados que as crianças não perdiam. As moças solteiras formavam a Pia-União das Filhas de Maria, com ofícios semanais, uniformes e insígnias, assim acontecia com todas as demais associações. Os homens compunham a Congregação Mariana, fita azul com graduações. Tinham também ofício semanal, livro próprio de orações e hinos próprios. As zeladoras do Apostolado da Oração usavam traje e véu pretos com fita vermelha com a efígie do Sagrado Co- ração de Jesus. As senhoras que oravam pelas vocações sacerdotais e religiosas for- mavam a Liga de São José com fitas ama- relas. Os Irmãos do SS Sacramento vestiam opa de cetim cor de vinho e entravam com o celebrante em procissão na Missa. Porta- vam em mãos um castiçal e acendiam a vela no Rito da Comunhão. Com seu elegante uniforme eram também os guardiões dos andores nas procissões. Em nossa paróquia foi muito grande a Irmandade de São Bene- dito. Cada associação era cuidada por uma diretoria presidida pelo sacerdote. Padre Gomes vivia intensamente as palavras de Isaías: “O zelo por tua casa me consome” Havia reuniões mensais com livro Ata e planejamento dos trabalhos. Todas obede- ciam plenamente ao pároco e eram os gran- des voluntários da Igreja. Havia Confissões Gerais e Específicas para cada segmento religioso, seguidas de Missas e Comunhões gerais na Semana Santa. Todas eram pre- cedidas de conferências de missionários ou oradores diocesanos. As Associações eram assíduas às constantes procissões. Compa- reciam uniformizadas, orando e cantando. “Corpus Christi”, Natal, Mês de Maria e do Rosário, São Sebastião, S. Benedito, Santo Antônio, Novenas, Trezenas, Tríduos de- mandavam planejamento que era compar- tilhado nas reuniões mensais dessas equi- pes. A linguagem dos sinos, os hinos nos alto-falantes, os rojões de vara, a saudosa Banda com clássicos musicais acordavam e chamavam a comunidade para Deus... “A memória, onde cresce a História, que por sua vez alimenta, procura salvar o passado para servir o presente e o futuro” (Jacques Le Goff). Tomaz de Aquino Pires* é coordenador da Casa da Memória Padre Gomes Vida afetiva: As emoções Por Sandra R. Ribeiro* GAZETA REGIONAL 3 5 do país, seja por notícias falsas que circulam na internet, dando força a grupos anti-vacina. Cada um de nós tem sua crença, mas, em temporada de vacinação con- tra a gripe, precisamos lembrar que o antídoto ajuda e sempre ajudou a salvar vidas. Portanto, se você é aquele tipo de pessoa que foge de médico e de pica- da (infelizmente, você não está sozinho!), pare e se pergunte se vale a pena “correr o risco” com decisões que podem prejudicar a sua saúde. Cuidar de si mesmo é uma responsabilidade pessoal e também com nossos familia- res. Neste mês de maio, se dê de presente mais carinho, atenção e cuidado. Você merece. monstrando nossa emoção. Assim como o riso e a aceleração dos batimentos cardíacos, o choro – cantado e recantado pelos poetas como expressão de amor, saudade e desejo – é uma das reações mais frequentes e comuns em nossa cultura. Todas essas reações que foram ditas são importante descargas de tensão do organis- mo emocionado, pois as emoções são mo- mentos de tensão em um organismo, e as reações orgânicas são descargas emocionais. Infelizmente nossa cultura estimula algumas reações emocionais e reprime outras. Os ho- mens sabem bem disso. “Homem não chora” é uma das frases mais comuns na educação de nossos jovens. Infelizmente o senso comum não foi sensível para aprender com os poetas que se chora, sim, e que choro é expressão de vida afetiva, de amor e de ódio; de força de um organismo que se adapta a uma situação de tensão – nunca sinal de fraqueza! Por outro lado, as reações emocionais orgânicas são, até certo ponto, aprendidas, ou seja, nosso organismo pode responder de diversas maneiras a uma situação, mas a cul- tura “escolhe” algumas formas como sendo mais adequada a determinadas situações ou tipo de pessoas (por exemplo, de acordo com a idade, o sexo ou a posição social). Durante ACESSE O SITE www.gazetaregional.com.br COMERCIAL [email protected] PARA ANUNCIAR Tel. 3867.0028 nossa socialização, aprendemos essas for- mas de expressão das emoções aceita pelo grupo a que pertencemos. Assim, passamos a associar reações do organismo às emoções, as quais podemos distinguir. Por exemplo, distinguimos o choro de tristeza do choro de alegria; o riso de alegria do riso de nervoso. As emoções são muitas: surpresa, raiva, nojo, medo, vergonha, tristeza, desprezo, alegria, paixão, atração física – ora são mais difusas, ora são mais conscientes; às vezes encobertas, às vezes não. As emoções, por estarem ligadas diretamente à vida afetiva – aos afetos básicos de amor e ódio – estão ligadas também à sexualidade (amor). Não temos por que esconder nossas emo- ções. Elas são nossa própria vida, uma espécie de linguagem na qual expressamos percepções internas; são sensações que ocorrem em res- posta a fatores geralmente externos. São fortes, passageiras; intensas, mas não imutáveis. Isso quer dizer que o que hoje nos emociona, pode- rá amanhã não nos emocionar mais. (Próximo artigo - Vida afetiva: os sentimentos). Sandra R. Ribeiro Psicóloga clínica / Psicanálise / Psicoterapia Psicodinâmica Breve. Contato: (19) 38377414 / 989432884 CIRCULAÇÃO E COBERTURA • Jaguariúna • Pedreira • Sto. Antonio de Posse • Holambra • Artur Nogueira Os artigos não refletem necessariamente a mesma opinião deste jornal