OPiNIãO
GAZETA REGIONAL
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4 de maio de 2019
EDITORIAL
GAZETA REGIONAL NA REDE
Mês de maio incentiva cuidados com a saúde
Você sabia que um a cada
quatro adultos no Brasil sofre de
hipertensão? E que 34 pessoas
morrem por hora de doenças car-
diovasculares no país? Sim, os
números são altos - e assustado-
res. Mas o Ministério da Saúde
tem uma explicação: segundo o
órgão, um a cada três brasileiros
não faz o check-up anual com
regularidade. Ao longo desta
edição, trazemos dados impor-
tantes sobre doenças sérias que
andam atrapalhando a vida da
população. Cada uma com suas
particularidades e tratamentos
distintos, mas a maioria com um
mesmo denominador: pode ser
prevenida. Ao adotar um estilo
de vida mais saudável - aquele
tradicional combo alimentação
de qualidade + 30 minutos de
exercícios diários + exames de
rotina -, conseguimos prevenir
problemas de saúde, tanto físi-
cos quanto mentais. Outro ponto
fundamental na busca por uma
vida livre de doenças é a vaci-
nação. Estratégia primordial de
qualquer programa de prevenção
de saúde, a vacina já salvou mi-
lhões de vidas ao longo de vá-
rias décadas ao proteger contra
diversos agentes infecciosos e
reduzir o risco de complicações
após a doença inicial. Nos últi-
mos anos, porém, ela tem gerado
resistência: seja pelo problema
de disponibilidade de doses, o
que ocorre em diversos pontos
ANTIGAMENTE
ERA ASSIM...
Ossos do
ofício
Manoel Seixas*
Num bate-papo informal, há muitos
anos, com meu mano João, da cidade
de Ribeirão Preto, justamente quando a
conversa girava em torno de política, ou
mais precisamente eleições municipais,
fiquei deveras surpreso ante um fato que
me foi revelado.
Talvez, vão me argumentar, por que
política? Se, na ocasião, não havia uma
definição concreta na esfera governamen-
tal e os novos partidos embrionários ainda
em fase de reorganização, pecavam em
tempos de transcendentais decisões. Em
verdade o molho, o tempero político api-
mentado é o mesmo, mas a singular histó-
ria que foi contada tem pinceladas muito
diferentes. Infelizmente fermentada com
a massa da hipocrisia, que inclusive en-
fatizou e azucrinou a vida de um respei-
tável cidadão que acreditava piamente na
sinceridade dos descendestes de adão. Por
questão ética e respeito mútuo, que sem-
pre nos ligaram na seara política, e pelo
fato de o desaparecido pertencer ao clã de
uma das tradicionais famílias ribeirão pre-
tanas, deixo de delinear seu nome.
Meu irmão que, na ocasião era radica-
do em Guatapará, inclusive o acompanhou
em sua campanha eleitoral, em busca do
sagrado voto. Aparentemente a recepti-
vidade testada naquele pujante distrito,
ofereceu-lhe um crédito tal de confiança
que fê-lo sonhar alto. E cita-se que num
determinado dia, após exaustiva maratona
política, entrecortada de reuniões acalora-
das, debates e um monstruoso comício, o
candidato focalizado, chegava finalmente
à casa do morador mais antigo do luga-
rejo. Já era que noite, o chefe de família
era responsável por uma respeitável prole,
se assentava num banquinho de madeira
e fazendo o seu picadão à base de fumo
goiano, foi logo falando com voz ardida:
- Vamos “entrá”, minha gente.
Entre crianças e gente graúda, exis-
tiam na pequena sala, mais ou menos
umas vinte pessoas. E olha que não foi
tarefa fácil apertar a mão de cada uma.
A chaleira de ferro, posta sobre a
imensa chapa de fogão a lenha, se agi-
tava, fervilhava e expelia pelo bico tênue
vapor, denunciando que logo um cafezi-
nho cheiroso, socado no pilão e torrado
em casa, seria servido. (Continua)
Manoel Seixas*
é ferroviário aposentado e ex-vice-prefei-
to de Jaguariúna
Tomaz de Aquino Pires*
É bom trazer as memórias da época des-
te Sumo Pontífice, do bispo e do piedoso
e inesquecível vigário, no final dos anos
1950. A Igreja era organizada em Asso-
ciações Religiosas onde os fiéis eram reu-
nidos por seu estado civil, opção de traba-
lho pastoral e faixa etária. As crianças da
catequese continuavam no movimento de
Perseverança Cristã, que era a Cruzada Eu-
carística. Nela já se preparava para a Cris-
ma, através da vivência aos sacramentos.
As meninas trajavam uniforme branco com
fita azul e boinas, tinham lazer em passeios
bem acompanhados. Os meninos e coroi-
nhas jogavam futebol no campo do padre.
O técnico José Bergamasco, “Bega”, trei-
nava o “São Cristóvão”. Esses meninos aju-
daram até a gramar o estádio. O catecismo
era diário, entre os períodos escolares da
manhã e da tarde e às 14 horas dos domin-
gos. E neles incluíam-se os que já haviam
feito a primeira comunhão. Padre Gomes
fazia a abertura cantando com as crianças
o “Creio em Deus Pai” e o “Vimos aqui,
ó Senhor, jubilosos..para aprender vossa lei
só de amor”... Os canarinhos do Pe. Gomes
tinham seu canto auxiliado pela acústica da
matriz. Seu Vigário finalizava dando in-
O Governo deAs emoções são expressões
afetivas acompanhadas de reações intensas
e breves do organismo, em resposta a um
acontecimento inesperado ou, às vezes, a um
acontecimento muito aguardado (fantasiado)
que, quando acontece...
Nas emoções é possível observar uma
relação entre os afetos e a organização cor-
poral, ou seja, as reações orgânicas, as mo-
dificações que ocorrem no organismo, como
distúrbios gastrointestinal, cardiorrespirató-
rios, sudorese, tremor. Um exemplo comum
é a alteração dos batimentos cardíacos. Du-
rante muito tempo, acreditou-se no coração
como o lugar da emoção, talvez pelo fato de,
ao manifestar-se, vir frequentemente acom-
panhada de fortes batimentos cardíacos. Por
isso, até hoje desenhamos corações para di-
zer que estamos apaixonados.
Outras reações orgânica acompanham
as emoções e revelam vivencias ou estados
emocionas do indivíduo: tremor, riso, choro,
lagrimas, expressões faciais etc. As reações
orgânicas fogem ao nosso controle. Pode-
mos “segurar o choro”, mas não consegui-
mos deixar de “chorar por dentro”, sentindo
aquele nó na garganta e, às vezes, tentamos,
mas não conseguimos segurar duas ou três
lagrimas que escorrem, traindo-nos, de-
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Papa Pio XII, bispo D. Paulo
e padre Gomes (Síntese)
gresso gratuito ao “matinée” do Cine Paro-
quial Santa Maria. Havia interessantes fil-
mes seriados que as crianças não perdiam.
As moças solteiras formavam a Pia-União
das Filhas de Maria, com ofícios semanais,
uniformes e insígnias, assim acontecia com
todas as demais associações. Os homens
compunham a Congregação Mariana, fita
azul com graduações. Tinham também
ofício semanal, livro próprio de orações e
hinos próprios. As zeladoras do Apostolado
da Oração usavam traje e véu pretos com
fita vermelha com a efígie do Sagrado Co-
ração de Jesus. As senhoras que oravam
pelas vocações sacerdotais e religiosas for-
mavam a Liga de São José com fitas ama-
relas. Os Irmãos do SS Sacramento vestiam
opa de cetim cor de vinho e entravam com
o celebrante em procissão na Missa. Porta-
vam em mãos um castiçal e acendiam a vela
no Rito da Comunhão. Com seu elegante
uniforme eram também os guardiões dos
andores nas procissões. Em nossa paróquia
foi muito grande a Irmandade de São Bene-
dito. Cada associação era cuidada por uma
diretoria presidida pelo sacerdote. Padre
Gomes vivia intensamente as palavras de
Isaías: “O zelo por tua casa me consome”
Havia reuniões mensais com livro Ata e
planejamento dos trabalhos. Todas obede-
ciam plenamente ao pároco e eram os gran-
des voluntários da Igreja. Havia Confissões
Gerais e Específicas para cada segmento
religioso, seguidas de Missas e Comunhões
gerais na Semana Santa. Todas eram pre-
cedidas de conferências de missionários ou
oradores diocesanos. As Associações eram
assíduas às constantes procissões. Compa-
reciam uniformizadas, orando e cantando.
“Corpus Christi”, Natal, Mês de Maria e do
Rosário, São Sebastião, S. Benedito, Santo
Antônio, Novenas, Trezenas, Tríduos de-
mandavam planejamento que era compar-
tilhado nas reuniões mensais dessas equi-
pes. A linguagem dos sinos, os hinos nos
alto-falantes, os rojões de vara, a saudosa
Banda com clássicos musicais acordavam
e chamavam a comunidade para Deus... “A
memória, onde cresce a História, que por
sua vez alimenta, procura salvar o passado
para servir o presente e o futuro” (Jacques
Le Goff).
Tomaz de Aquino Pires*
é coordenador da Casa da Memória Padre
Gomes
Vida afetiva: As emoções
Por Sandra R. Ribeiro*
GAZETA REGIONAL
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do país, seja por notícias falsas
que circulam na internet, dando
força a grupos anti-vacina. Cada
um de nós tem sua crença, mas,
em temporada de vacinação con-
tra a gripe, precisamos lembrar
que o antídoto ajuda e sempre
ajudou a salvar vidas. Portanto,
se você é aquele tipo de pessoa
que foge de médico e de pica-
da (infelizmente, você não está
sozinho!), pare e se pergunte se
vale a pena “correr o risco” com
decisões que podem prejudicar a
sua saúde. Cuidar de si mesmo
é uma responsabilidade pessoal
e também com nossos familia-
res. Neste mês de maio, se dê de
presente mais carinho, atenção e
cuidado. Você merece.
monstrando nossa emoção.
Assim como o riso e a aceleração dos
batimentos cardíacos, o choro – cantado e
recantado pelos poetas como expressão de
amor, saudade e desejo – é uma das reações
mais frequentes e comuns em nossa cultura.
Todas essas reações que foram ditas são
importante descargas de tensão do organis-
mo emocionado, pois as emoções são mo-
mentos de tensão em um organismo, e as
reações orgânicas são descargas emocionais.
Infelizmente nossa cultura estimula algumas
reações emocionais e reprime outras. Os ho-
mens sabem bem disso. “Homem não chora”
é uma das frases mais comuns na educação de
nossos jovens. Infelizmente o senso comum
não foi sensível para aprender com os poetas
que se chora, sim, e que choro é expressão de
vida afetiva, de amor e de ódio; de força de
um organismo que se adapta a uma situação
de tensão – nunca sinal de fraqueza!
Por outro lado, as reações emocionais
orgânicas são, até certo ponto, aprendidas,
ou seja, nosso organismo pode responder de
diversas maneiras a uma situação, mas a cul-
tura “escolhe” algumas formas como sendo
mais adequada a determinadas situações ou
tipo de pessoas (por exemplo, de acordo com
a idade, o sexo ou a posição social). Durante
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nossa socialização, aprendemos essas for-
mas de expressão das emoções aceita pelo
grupo a que pertencemos. Assim, passamos
a associar reações do organismo às emoções,
as quais podemos distinguir. Por exemplo,
distinguimos o choro de tristeza do choro de
alegria; o riso de alegria do riso de nervoso.
As emoções são muitas: surpresa, raiva,
nojo, medo, vergonha, tristeza, desprezo,
alegria, paixão, atração física – ora são mais
difusas, ora são mais conscientes; às vezes
encobertas, às vezes não. As emoções, por
estarem ligadas diretamente à vida afetiva
– aos afetos básicos de amor e ódio – estão
ligadas também à sexualidade (amor).
Não temos por que esconder nossas emo-
ções. Elas são nossa própria vida, uma espécie
de linguagem na qual expressamos percepções
internas; são sensações que ocorrem em res-
posta a fatores geralmente externos. São fortes,
passageiras; intensas, mas não imutáveis. Isso
quer dizer que o que hoje nos emociona, pode-
rá amanhã não nos emocionar mais. (Próximo
artigo - Vida afetiva: os sentimentos).
Sandra R. Ribeiro
Psicóloga clínica / Psicanálise / Psicoterapia
Psicodinâmica Breve.
Contato: (19) 38377414 / 989432884
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