uto a melodia do piano ...
ESCRITA CRIATIVA
O cisne negro Tu
Observo os teus fluídos movimentos , A tua elegante faceta calma E os teus lábios sombrios .
Ledos como a pura madrugada , Violentos como a dura rajada .
O meu olhar serpenteia pelo teu corpo , Todo ele fino e bem cuidado , Tal como um belo cisne tão amado .
Observo os teus olhos bem fechados E os teus pés suaves que dançam , Através do Lago das Lágrimas , Ao som da melodia , descalços .
A gélida madrugada beija com pesar As tuas belas penas de invejar .
O Lago das Lágrimas saborear com ternura , O teu olhar cheio de formosura , Lágrimas duras pendem do teu olhar E caem sobre aquele lago que te faz brilhar .
Acompanho escondido e com receio Do teu silêncio que tanto me condena .
E não há então Como o teu silêncio ir em vão .
Cassandra DeVille ( Mariana Marcelino , 11 .º A2 )
Somos como livros ...
Preenche-me com palavras silenciosas , Abraça-me com o teu olhar terno , Apresenta-me o Amor , Ou algo do mesmo género .
Fita-me com as tuas mãos , Persegue-me com a tua saudade , Rodeia-me com os teus braços , Desconhecendo a iniquidade .
Completa o meu coração , Deixando-me entrar dentro do teu . E , sem termo de comparação , O meu bate como nunca bateu .
Viaja comigo . Diz que sim ao desconhecido . Sê o meu porto de abrigo , Pulando o limite estabelecido .
Amo-te , com certeza . És nitidez na turvação . Contigo , não há tristeza . Desconheço o significado de solidão .
Somos paixão iminente Nos corpos de quem ama , Pois , dentro de quem sente , Há sempre uma chama .
Somos como livros . Cheios de capítulos . Uns com a marca da página dobrada , outros que mais vale serem esquecidos . Mas no fim , todos têm algo em comum . Um início , um meio e um fim . Para cada rio que nasce , existe uma foz . E para cada sol que aparece , uma lua espera . Em cada história , também um fim espera-nos . E nós , humanos , somos assim . Histórias . Contos . Todos distintos , mas com algo em comum . Uma única oportunidade de deixar para trás uma pegada no mundo . E na última página , na última frase , um suspiro antecipa o inevitável . Depois do fim , ficamos desamparados , sem saber bem o que fazer . Não sabemos agir perante o terminar da história . E apenas ouvimos a foz do rio , enquanto a lua se põe . À espera do amanhã que não chegará .
Diogo Gonçalves , 12 .º B
Matilde Nobre , 12 .º A2
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