Jornal do Clube de Engenharia Junho de 2017 | Page 7

JUNHO DE 2017 os bancos, mas as empresas, em consequência da taxa de câmbio apreciada entre 2007 e 2014. Começou com a própria Dilma, quando chamou Joaquim Levy para assumir a Fazenda e ele entrou em uma política violenta de ajuste fiscal. Confesso que errei aí porque, inicialmente, apoiei”. Ex-ministro Bresser-Pereira “A demanda interna por bens é cada vez menos suprida por oferta de produção nacional, gerando crescentes déficits de balança comercial e de pagamentos. As taxas de juros, já exageradas e crescentes, inibem o consumo e penalizam os investimentos produtivos. O descompasso cambial, associado a uma estrutura tributária excessivamente complexa e regressiva, é fator que induz a uma desindustrialização precoce e perigosa. A criação de novos empregos e o aumento do valor real dos salários começam a ser ameaçados”. Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) “Consideramos absurdas as tentativas de criminalização das atividades do BNDES, como Banco de Desenvolvimento, e a responsabilização pessoal dos funcionários, que realizaram e realizam suas funções dentro da legalidade, de acordo com suas atribuições, respeitando normas, ritos, processos de análise sempre validados por instâncias colegiadas e orientados pelos valores do BNDES: ética, espírito público, compromisso com o desenvolvimento e excelência. É a primeira vez nos 65 anos de existência do BNDES que isso ocorre! Os funcionários estão naturalmente inseguros em realizar seu trabalho profissionalmente. Essa situação, se não for revertida, poderá trazer graves prejuízos à economia brasileira, pois, caso não contem com adequadas garantias e salvaguardas ao exercício de seu trabalho, os empregados poderão paralisar suas atividades”. Associação dos Funcionários do BNDES (AFBNDES) Nenhum Direito a Menos “Temos que discutir reformas, e não contrarreformas, como está sendo feito nesse momento. Essas propostas dissolvem a ideia de Nação. Não podemos ter um povo sem direitos. Como um povo sem direitos pode ter ideia de Nação? A participação popular é fundamental na construção de um projeto de Nação. Nossa tarefa é participar e contribuir para a discussão da organização política e social do nosso povo, ter um programa e levar o programa adiante, em defesa da democracia e da soberania popular. A nossa oligarquia não tem o menor interesse no povo. Não é uma travessia tranquila, fácil, mas teremos que construí-la com muita vontade, muito empenho e muita dor também”. Olímpio Alves dos Santos, presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ). “A UERJ está vivenciando a pior crise de toda a sua história ao longo dos seus 66 anos. Temos tido apoios de pessoas e de instituições, dentro e fora de nosso país. Mas sofremos com críticas que se limitam a ver a Universidade como algo muito custoso, apontando inclusive para o crescimento orçamentário sem uma análise mais profunda. A UERJ cresceu nos últimos dez anos com o cuidado devido e consciente do seu papel na sociedade do estado do Rio de Janeiro. (...) Em todos os rankings internacionais que também avaliam as universidades brasileiras estamos sempre entre as dez melhores do país. No ranking denominado Fast Globe University, em 2016, somos a quinta universidade brasileira e a 11ª em toda a América Latina. Somos a oitava universidade brasileira na inserção de nossos graduados no mercado de trabalho”. Ruy Garcia Marques, reitor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Indústria Nacional e Conteúdo Local “No Brasil vemos as autoridades do governo federal e seus porta- vozes da grande mídia repetirem mentiras sobre a Petrobras. Mas elas não se sustentam e o tempo revela que são falsas. O mito da “Petrobras quebrada” está sendo revelado, outros mitos serão criados para justificar a privatização da estatal e a alienação do petróleo, em favor de poucos, das multinacionais do petróleo, dos bancos e de seus lacaios. Brasileiros conscientes e patriotas precisam se organizar para defender o maior patrimônio nacional: o petróleo do pré-sal e a Petrobras”. Felipe Coutinho, presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET) “Precisamos decidir se queremos ser uma Nigéria, uma Venezuela, ou uma Inglaterra, uma Noruega. Os dois últimos, quando descobriram petróleo no Mar do Norte, deram força às suas empresas, criaram políticas de conteúdo local. As indústrias e os países se fortaleceram, com aumento do emprego e da renda, e hoje investem no Brasil. Na Nigéria e na Venezuela, que não têm exigências de conteúdo local, tudo vem de fora. A recuperação só vai acontecer através da indústria, é ela que vai puxar. O setor de fabricação de cimento está com 50% de ociosidade, a siderurgia com 50%, a produção de caminhões com 80% e bens de capital com 50%. Onde é que vamos parar?” João Marchesan, presidente da Associação Brasileira de Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) “Aguardamos quase trinta anos para ver se as empresas privadas construíam uma refinaria no Brasil. Nunca construíram. O primeiro poço que confirmou a existência do Pré-Sal custou ao Brasil 200 milhões de dólares. Nenhuma empresa privada faria esse investimento. Então não é nenhum exagero de petroleiro dizer que sem a Petrobras e o Estado brasileiro o nosso povo não teria o Pré-Sal. E o Pré-Sal, certamente, é o maior bem natural que nós temos na atualidade. E como se estrutura uma nação a partir de um recurso natural? Com planejamento da sociedade através do Estado”. João Antonio de Moraes, Secretário de Relações Internacionais da Federação Única dos Petroleiros (FUP) 7