Com o objetivo de aprofundar a discussão sobre o impacto da mineração na economia nacional pós-pandemia , o Clube de Engenharia organizou entre outubro e dezembro um ciclo de videoconferências sobre o setor mineral brasileiro . A proposta nasce do lançamento , em julho de 2020 , pelo Ministério de Minas e Energia ( MME ), do Programa Mineração e Desenvolvimento ( PMD ), com 108 metas estratégicas para a expansão do setor de 2020 a 2023 .

Ficou claro já no primeiro encontro , entre os seis realizados , que no plano de metas o essencial é incentivar o crescimento das empresas nacionais , o combate à mineração ilegal e a adoção de boas práticas que alavanquem a participação do Brasil no setor . “ Nosso programa é de crescimento quantitativo e qualitativo . A mineração que a sociedade , via de regra , tem uma péssima imagem ( e com suas razões ) é uma mineração que comporta ter uma imagem bastante positiva . O Brasil sabe muito bem fazer uma mineração voltada às melhores práticas da atividade ”, afirmou o Secretário de Geologia , Mineração e Transformação Mineral – SGM Alexandre Vidigal Oliveira .

Apontada como destaque no histórico do Serviço Geológico do Brasil ( SGM ), depois de anos de demanda ,

a Agência Nacional de Mineração ( ANM ), criada em 2017 , busca a modernização a partir de uma série de premissas que vão do controle social ao aumento da produção mineral . Entre elas a governança , “ um conjunto de mecanismos de liderança , estratégia e controle , postos em prática para avaliar , direcionar e monitorar a gestão , com vistas à condução de políticas públicas e prestação de serviços de interesse da sociedade ”, esclareceu o geólogo Victor Hugo Froner Bicca , Diretor da Agência Nacional de Mineração ( ANM ).

Na CPRM , os quadros de pesquisadores impressionam : são 598 ao todo , sendo 120 doutores e 325 mestres , que atuam em quatro áreas básicas — geologia , recursos minerais , risco geológico e hidrologia —, e têm trabalhado em descobertas exploratórias tanto em regiões novas quanto nas já conhecidas . Na última década a empresa pública realizou mais de uma dezena de novas descobertas de minérios em todo o território nacional , atuando também no processo

de ordenamento territorial , direitos mineráreis e áreas de restrição ( como territórios indígenas ). E as oportunidades de avanço do conhecimento ainda são muitas . “ Em mais de 60 % da Amazônia o conhecimento geológico ainda está em escala de reconhecimento ”, exemplifica o diretor da CPRM Marcio José Remédio .

Da reestruturação do Museu de Ciências da Terra ( MCTer ), passando pela transformação digital dos processos e mesmo apostas em divulgação científica , a empresa pública tem expandido sua atuação . Há dois anos , a CPRM credenciou-se como Instituição de Ciência , Tecnologia e Inovação , o que é considerado pelo diretor de Infraestrutura Geocientífica , Paulo Romano , um avanço que reforça a possibilidade de gerar e produzir cientificamente , mais do que já faz hoje , em condições de firmar mais parcerias . Um exemplo são as parcerias com a Agência Nacional do Petróleo ( ANP ) e a Petrobras para avançar na área de petróleo e gás . Participaram Célia Corsino , do Museu de Ciências da Terra ( MCTer ),

ANM

Edgar Shinzato , do Departamento de Informações Institucionais , e Patricia Jacques , chefe do Departamento de Relações Institucionais e Divulgação .

A sustentabilidade e minimização de danos ambientais na indústria mineral foram temas da palestra sob a responsabilidade da diretora de Hidrologia e Gestão Territorial , Alice Castilho , acompanhada do coordenador executivo Marlon Hoezel , do assistente de diretoria Leandro Kuhlmann e do pesquisador de bioquímica Eduardo Viglio . “ É necessário aprender com os erros para minimizar os impactos ”, afirmou Castilho , que destacou como áreas de interesse da empresa novas tecnologias para barragens de rejeitos , minimização do consumo de água nova e a maximização da recirculação , entre outras .

O presidente da CPRM Esteves Pedro Colnago foi o palestrante que fechou o ciclo . O engenheiro apresentou alguns focos da Companhia , atualmente e no futuro próximo , como o mapeamento de recursos no território nacional , principalmente na busca por óleo , gás e minerais não metálicos . Também deu ênfase a possíveis parcerias com universidades e pequenas e médias empresas . “ Nós temos condições de fazer com que a mineração , sustentavelmente , contribua de uma forma efetiva para a economia brasileira gerando emprego , renda , e oportunidades para a população ”, afirmou .