Jornal do Clube de Engenharia 603 (Junho de 2019) | Page 11

Junho DE 2019 DTEs Saboya apresentou estudos em laboratório que comprovaram a instabilidade dos navios em situação de tempestade. O Brasil é um grande exportador de minério de ferro, que compõe cerca de 75% da exportação mineral do país. No entanto, um risco ameaça a co- mercialização do produto para a Chi- na: a liquefação do minério de ferro no interior do navio e seu consequente naufrágio. Para falar sobre o problema, o Clube de Engenharia promoveu a palestra “Liquefação de Minério de Ferro durante transporte marítimo: modelagem física e numérica”, no dia 16 de maio, com Fernando Saboya, engenheiro civil, com mestrado e doutorado na mesma área, e professor na Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF). Conforme explicou Saboya, no trajeto que o navio faz entre Brasil e China, passando pelo sul da África, têm ocorrido fortes tempes- tades, causando movimento brusco da massa de minério de ferro no interior do navio. A umidade pre- sente no material se desloca, e ele começa a se comportar como um gel viscoso, podendo pesar o navio para um único lado. O professor apresentou testes realizados em la- boratórios com modelagens físicas e numéricas que simularam situa- ções de tempestade, movimentos da embarcação e o comportamento do minério de ferro. Em debate, os presentes pensaram maneiras de resolver o problema, mas há impedimentos, como a impossibilidade de se drenar água do minério para o mar, por confi- gurar poluição, e a possibilidade de adicionar no navio estruturas ou componentes capazes de drenar a umidade. O grande desafio desta opção é fazer com que o capi- tão do navio dedique espaço da embarcação a um material não comercializável, pois via de regra os navios vão “lotados” de minério de ferro. Leia mais: http://bit.ly/Liquefacao Concreto brasileiro tem resistência garantida pelas normas Muitos engenheiros dizem que erros são comuns na fórmula do concreto no Brasil. Mas a opinião não é um consenso. Para o enge- nheiro Paulo Helene, especialista em Patologia das Construções, o que acontece na verdade é que o país tem normas rígidas para a segurança do concreto, havendo frequente reprovação de corpos de prova. “Segurança das Estruturas: Controle de Aceitação da Resis- tência à Compressão do Concreto” foi o tema de sua palestra no dia 15 de maio no Clube de Engenharia. Além de engenheiro civil, o pales- trante é professor e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP). Liquefação de minério de ferro: riscos na exportação para a China O professor estabeleceu algumas comparações entre a norma brasileira sobre preparo do concreto, estabele- cida na NBR 12655 da Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT), e as normas europeia e norte-americana. Uma das diferenças está no critério de aceitação do con- creto: no Brasil não pode haver mais do que 5% dos resultados de concreto abaixo do fck, que é a resistência estabelecida em projeto. Na norma vigente em países europeus, um valor individual de resistência pode ser o valor de projeto menos 4 megapascal. Ou seja, se o valor de projeto for 20 e a amostra der 16 megapascal, o con- creto será aceito, mesmo sendo este valor expressivamente mais baixo. “O procedimento de controle adotado no Brasil é o mais rigoroso do mundo. Não caiu nenhuma obra até hoje por má resistência do concreto e nem vai cair”, garantiu Helene. O evento foi promovido pela Dire- toria de Atividades Técnicas (DAT) e Divisão Técnica de Estruturas (DES), com o apoio da Associação Brasileira de Engenharia e Con- sultoria Estrutural (ABECE) e do Instituto Brasileiro do Concreto (IBRACON). Paulo Helene: “O procedimento de controle adotado no Brasil é o mais rigoroso do mundo”. Leia mais: http://bit.ly/ConcretoBrasileiro DIRETORES DE ATIVIDADES TÉCNICAS: Artur Obino Neto; João Fernando Guimarães Tourinho; José Eduardo Pessoa de Andrade; Maria Alice Ibañez Duarte Divisões técnicas especializadas Ciência E Tecnologia (DCTEC): Chefe: Alexandre Vacchiano de Almeida; Subchefe: Marcio Patusco Lana Lobo | CONSTRUÇÃO (DCO): Chefe: Rivamar da Costa Muniz; Subchefe: Abílio Borges | ELETRÔNICA E TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (DETI): Chefe: Miguel Santos Leite Sampaio; Subchefe: Gilberto Paes França | ENERGIA (DEN): Chefe: James Bolivar Luna de Azevedo; Subchefe: Alcides Lyra Lopes | ENGENHARIA DE SEGURANÇA (DSG): Chefe: Ricardo de Noronha Viegas (licenciado até 2020); Subchefe: Neilson Marino Ceia | ENGENHARIA DO AMBIENTE (DEA): Chefe: Paulo Murat de Sousa; Subchefe: Abílio Valério Tozini | ENGENHARIA ECONÔMICA (DEC): Chefe: Mauro de Souza Gomes; Subchefe: Paulo Tadeu Costa | ENGENHARIA INDUSTRIAL (DEI): Chefe: Luiz Antônio Fonseca Punaro Barata; Subchefe: Elinei Winston Silva | ENGENHARIA QUÍMICA (DTEQ): Chefe: José Eduardo Pessoa de Andrade; Subchefe: Simon Rosental | ESTRUTURAS (DES): Chefe: Robson Dutra da Veiga; Subchefe: Roberto Possollo Jerman | EXERCÍCIO PROFISSIONAL (DEP): Chefe: Jose Jorge da Silva Araujo; Subchefe: Bruno Silva Mendonça | FORMAÇÃO DO ENGENHEIRO (DFE): Chefe: Jorge Luiz Bitencourt da Rocha; Subchefe: José Brant de Campos | GEOTECNIA (DTG): Chefe: Manuel de Almeida Martins; Subchefe: Ian Schumann Marques Martins | MANUTENÇÃO (DMA): Chefe: José César da Silva Loroza; Subchefe: Carlos Alberto Barros Gutierrez | PETRÓLEO E GÁS (DPG): Chefe: Newton Tadachi Takashina; Subchefe: Irineu Soares | RECURSOS HÍDRICOS E SANEAMENTO (DRHS): Chefe: Jorge Luiz Paes Rios; Subchefe: Miguel Fernández Y Fernández | RECURSOS MINERAIS (DRM): Chefe: Marco Aurélio Lemos Latgé; Subchefe: Ana Maria Netto | RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS (DRNR): Chefe: Ibá dos Santos Silva; Subchefe: Arciley Alves Pinheiro | TRANSPORTE E LOGÍSTICA (DTRL): Chefe: Alcebíades Fonseca; Subchefe: Licínio Machado Rogério | URBANISMO E PLANEJAMENTO REGIONAL (DUR): Chefe: Uiara Martins de Carvalho; Subchefe: Guilherme Fonseca Cardoso 11