Jornal do Clube de Engenharia 602 (Maio de 2019) | Page 4
cidade
Gestores do VLT e do Porto Maravilha
fazem apresentações no Conselho Diretor
Com o objetivo de favorecer o de-
senvolvimento da região portuária,
o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT)
foi implantado no centro do Rio
de Janeiro, fazendo a conexão entre
outros modais do centro histórico da
cidade. Concebido junto ao projeto
do Porto Maravilha, o tema foi pauta
da reunião quinzenal do Conselho
Diretor em 08 de abril, com a pre-
sença de Marcio Hannas, presidente
da Concessionária do VLT Carioca.
No dia 13 de maio, o palestrante
convidado para a sessão do Conselho
Diretor foi o engenheiro e economis-
ta Antonio Carlos Mendes Barbosa,
presidente da Companhia de De-
senvolvimento Urbano da Região do
Porto (CDURP) e gestor do Porto
Maravilha.
VLT: conexão entre modais
Para esclarecer dúvidas e aprofundar o
debate, o engenheiro eletrônico Mar-
cio Hannas apresentou um panorama
do VLT hoje, após dois anos e meio de
operação. A linguagem dos números
falou mais alto: circulando desde 2016,
mais de 35 milhões de passageiros já
foram transportados. Segundo pesqui-
sa da Datafolha, obteve 92% de apro-
vação entre os usuários, e o número de
passageiros cresceu na ordem de 45%
entre fevereiro de 2018 e fevereiro
de 2019. A taxa de evasão é inferior
a 11%. São dados que confirmam o
sucesso do empreendimento a partir
da grande adesão durante os Jogos
Olímpicos. Hoje a maior demanda é
de trabalhadores e de turistas, trans-
portando 40 mil pessoas nos finais
de semana. E a expectativa é que o
Clube de Engenharia mantenha o
diálogo com a Concessionária do VLT
Carioca de forma a contribuir com os
avanços necessários na área de mobili-
dade urbana da cidade.
Marcio Hannas é formado em Enge-
nharia Eletrônica pelo Instituto Tecno-
lógico da Aeronáutica (ITA), com MBA
em Administração e Gerenciamento de
Empresas pela Universidade da Califór-
nia em Los Angeles (UCLA).
VLT já transporta 40 mil pessoas aos finais de semana.
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O Clube de Engenharia, em paralelo
aos grandes debates nacionais, tem a
preocupação de aprofundar discussões
com o Conselho Diretor e promover
palestras com associados e convidados
para tratar de problemas locais.
Enchentes, saneamento, mobilidade
urbana, habitação e infraestrutura
são pautas permanentes com gestores
públicos, especialistas e parlamentares.
O Boulevard Olímpico surgiu na região portuária da cidade como parte do projeto Porto Maravilha:
Porto Maravilha: em busca da PPP
O Rio de Janeiro lida hoje com a
visível ociosidade de uma região que
recebeu grandes investimentos no iní-
cio da década: a região portuária. Em
poucos anos, os cariocas viram a área
se transformar, com a abertura de pra-
ças, a retirada do elevado da Perime-
tral e a implantação de um novo meio
de transporte, o VLT. Muitas delas
foram realizadas às pressas em virtude
da Copa do Mundo de 2014 e das
Olimpíadas de 2016. As questões atu-
ais que envolvem o Porto Maravilha
foram o tema de palestra de Antonio
Carlos Mendes Barbosa. O enge-
nheiro apresentou números e planos
da Parceria Público-Privada (PPP)
composta pela CDURP, a prefeitura
e a Concessionária Porto Novo, hoje
em seu décimo ano de operação. Estão
incluídas nas ações da PPP, que é a
maior do país, a implantação do VLT,
as transformações urbanas efetuadas
na região do Porto, como o Boule-
vard Olímpico, e a própria gestão dos
serviços necessários à região: água,
esgoto, iluminação pública, telecomu-
nicações e outros. Hoje, 57% desses
serviços estão completos.
Com contrato vigente até 2026, o
gestor do Porto Maravilha apresen-
tou planos e metas para a região, que
compreende uma área de 5 milhões de
m² e tem quase 30 mil moradores. A
empresa lida hoje com uma ociosidade
do espaço da ordem de 44%, e o plano
para os próximos anos é adensar,
inclusive com edificações residenciais,
passando para o número de 400 mil
moradores, ou seja, 6,2% da população
do município.
Para que seja possível cumprir os
prazos e honrar investimentos, além
de usufruir do valioso patrimônio
carioca que é sua região portuária,
a CDURP hoje foca na atração de
grandes empreendimentos residen-
ciais e comerciais que possam ser
verticais, otimizando o espaço dispo-
nível. Para isso, é necessário vender os
Certificados de Potencial Adicional
de Construção (CEPAC), que são
uma espécie de autorização para se
construir acima de quatro andares. A
concessionária hoje foca nesta venda,
principalmente para empreendimen-
tos de 30, 40 e 50 andares.