Jornal do Clube de Engenharia 597 (Dezembro 2018) | Page 9
DEZEMBRO DE 2018
INSTITUCIONAL
SAE promove primeiro Encontro Aeroespacial Fluminense
O Clube de Engenharia,
a partir da Secretaria de
Apoio ao Estudante de
Engenharia (SAE), realizou
no dia 10 de dezembro o
I Encontro Aeroespacial
Fluminense (EAF),
organizado pelo Grupo de
Foguetes do Rio de Janeiro
(GFRJ) da Universidade
do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ) e a Olimpíada
Brasileira de Astronomia
e Astronáutica (OBA).
No encontro, inédito, 80
espectadores, a maioria
estudante e membros de seis
grupos de foguetes de todo
o estado, participaram de
palestras e mesas de debates.
Da mesa oficial de abertura parti-
ciparam o presidente do Clube de
Engenharia, Pedro Celestino; a vi-
ce-presidente do GFRJ, Paula Reis;
e o coordenador nacional da OBA,
João Canalle e, como mediadora,
Julia Freitas, do GFRJ. O presiden-
te do Clube comentou a estreita
relação entre a fabricação de fogue-
tes e as indústrias, com destaque
para a aeroespacial, que no Brasil
já teve avanços consideráveis, mas
ainda não conseguiu desenvolver
um projeto de foguete consistente e
completamente nacional. E desta-
cou o papel dos jovens estudantes
e inventores nessa missão: “Vocês
devem participar da luta pela eman-
cipação nacional nessa área, e para
isso é indispensável que defendam a
manutenção da Embraer em mãos
brasileiras”. João Canalle também
abordou a importância de se avan-
çar nos projetos aeroespaciais e a
estudante Paula Reis apresentou
a história do grupo, hoje com 43
pessoas, e as sete missões às quais
os membros se dedicam, desde
levar conhecimentos sobre foguetes
às escolas até participar da maior
competição internacional da área,
a Spaceport America Cup. Apesar
da importância particular de cada
missão, Reis destacou que a maior
missão do GFRJ “é contribuir com
o desenvolvimento do setor aero-
espacial tanto do Rio de Janeiro
quanto do Brasil. Precisamos disso
para conseguir dominar os nossos
‘mares no espaço’”, afirmou. “Geren-
ciamento de Projetos de Mísseis e
Foguetes” foi a palestra, em seguida,
do engenheiro eletrônico Carlos
Aberto de Paiva, diretor de com-
petitividade e qualidade da SIATT,
na qual mostrou a importância, na
elaboração de projetos aeroespaciais,
da Captura de Requisitos. Trata-se
de obter do cliente o máximo de
detalhes possíveis sobre o empre-
endimento desejado, e a partir de
então identificar requisitos nas
Rei
Equipes dos grupos de foguetes com o presidente do Clube de Engenharia, Pedro Celestino (centro) e o conselheiro José Eduardo P. de Andrade (direita).
mais diversas áreas – aerodinâmica,
modo de guiamento, segurança, etc.
Lamentando o fato de não se dar
muito valor à indústria aeroespacial
no Brasil, elogiou a determinação
dos estudantes: “O que a gente vê
quando essa turma está mexendo
com foguetes é que o olho brilha”.
A última palestra, de André
Valle, engenheiro de automação
e Coordenador Acadêmico
do MBA em Gerenciamento
Avançado de Projetos da Fundação
Getúlio Vargas (FGV ), tratou
de “Gerenciamento de projetos
espaciais”. Segundo Valle, os
projetos espaciais têm alta
quantidade de complexidade
e incertezas em todas as suas
fases, demandando grande
atenção em gerenciamento de
qualidade e de riscos. Por isso,
um gerente de projetos deve ter,
além das habilidades e técnicas
em gerenciamento de projetos,
um forte conhecimento técnico.
Valle deixou aos estudantes a
recomendação de se desenvolverem
melhor no gerenciamento, uma
vez que a parte técnica está
relativamente conquistada. Além
das palestras, as equipes puderam
se conhecer e conhecer os feitos
uns dos outros um pouco melhor
com a exposição de foguetes na
Galeria do 22º andar do Clube.
Um dos principais organizadores
do evento, o presidente do GFRJ,
Thiago Espírito Santo, mostrou-se
muito satisfeito com os resultados,
já com os olhos nos próximos
encontros: “Eu espero que
tenhamos muitas outras edições,
porque já estamos pensando na
próxima, e esperamos que essa
integração entre as equipes do Rio
de Janeiro continue para que se
possa transformar o estado do Rio
inteiro num polo aeroespacial”.
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