Jornal do Clube de Engenharia 597 (Dezembro 2018) | Page 12
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SEGURANÇA
Prevenção de incêndios no estado do Rio de Janeiro
Na mesa de debates, Sidney Leone, Ricardo de Noronha Viegas, Fernando Tourinho, Tenente Coronel Alexandre Carneiro Esteves e Robson dos Santos Barradas
Como não podia deixar de ser, o en-
contro teve início com o alerta dos
organizadores. Tanto o diretor de
atividades técnicas do Clube de En-
genharia, Fernando Tourinho, quan-
to Ricardo de Noronha Viegas, che-
fe da divisão técnica de Engenharia
de Segurança destacaram traços da
cultura nacional: a falta de investi-
mentos na manutenção preventiva
em instalações mecânicas, elétricas,
ou de gás e, em consequência, o fato
de só se tomar providências depois
de algum sinistro. Incluindo aí o go-
verno federal: depois de cinco anos
da tragédia na boate Kiss, no Sul,
somente em 2017 entrou em vigor
uma lei federal. Foram algumas das
preocupações, entre muitas outras,
que levaram à realização, em 6 de
dezembro, de uma mesa redonda
que contou com o apoio das divisões
técnicas especializadas de Engenha-
ria Industrial, Estruturas, Engenha-
ria Econômica, Energia, Exercício
Profissional, Construção, Engenha-
ria Química e de Manutenção.
A modernização da legislação de
segurança contra incêndio e pânico
no estado foi o tema do Tenente
Coronel Alexandre Carneiro Este-
ves, Subdiretor Geral de Serviços
Técnicos do Corpo de Bombeiros
Militar do Estado do Rio de Janeiro
(CBMERJ). Com o código atual
datado de 1976, Esteves entende
que a segurança contra incêndio e
pânico só é efetiva à medida que
acompanhe a evolução da sociedade,
o avanço das tecnologias e o desen-
volvimento urbano.
Ao longo de décadas, inúmeras
mudanças pontuais nessa legislação
foram registradas, até que, em 2017
é criado, no estado, o Novo Código
de Segurança Contra Incêndio e
Pânico (COSCIP), com as seguintes
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premissas: simplicidade de interpre-
tação, objetivos claros, padronização
e transparência, de modo que todo
o corpo técnico pudesse ter a mes-
ma compreensão. “A modernização
ocorre com a implantação de uma
literatura técnica, capaz de acom-
panhar a evolução urbana”, afirma o
Tenente Coronel Alexandre Esteves.
Trata-se de legislação estadual. A
Lei Federal nº 13.425, que em mar-
ço de 2017 entrou em vigor vem
reforçar “a responsabilidade de todos
os envolvidos no projeto, manuten-
ção e gerenciamento da segurança
contra incêndio nas edificações”,
proporcionando que cada estado
tenha um alinhamento com essa
legislação em âmbito federal.
“O seguro na prevenção de in-
cêndios, outro tema complexo e
polêmico, recorrente nos debates,
foi abordado pelo engenheiro me-
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cânico Sidney Leone, especialista
na área. Com grande interação
com o público, Leone, por meio de
perguntas e respostas, esclareceu a
evolução técnica e jurídica do segu-
ro e das seguradoras em um diálogo
dinâmico com os participantes que
permitiu abrir a “caixa preta” que
deixa a maioria da população sem
entender a real finalidade do seguro
e ainda garantiu a análise e expli-
cação de casos vivenciados pelo
plenário, que reuniu professores,
estudantes, engenheiros, arquitetos,
gestores públicos e dirigentes de
instituições. Foi lamentada a ausên-
cia de síndicos, que juridicamente
têm responsabilidade civil e crimi-
nal, e estavam representados por
apenas dois participantes.
O engenheiro e técnico de segu-
rança Robson dos Santos Barradas
focou nas novas tecnologias, em
materiais utilizados para a preven-
ção, além de abordar características
modernas de análise das condições
de segurança de uma edificação.
Com a moderação de Ricardo de
Noronha Viegas, o debate que se se-
guiu esclareceu dúvidas e reuniu crí-
ticas e questões que levaram a solici-
tações de que em novas oportunida-
des o Clube de Engenharias voltasse
a realizar encontros com os temas
em pauta. Muitos foram os registros
relevantes, entre eles que ainda hoje
as legislações estaduais são confli-
tantes e a Lei 13.425/2017, criticada
por empresas da construção civil é
muito recente.
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