Há dois anos o VLT carioca iniciava as suas operações . Os desafios permanecem . Entre eles , a subutilização dos veículos que , não raro , rodam quase vazios em alguns horários .
Para expor detalhes técnicos , números e perspectivas do modal mais moderno do Rio de Janeiro , o engenheiro eletricista José Carlos Alves , gerente de implantação do VLT , apresentou a palestra “ Implantação do VLT Carioca ”, no Clube de Engenharia , em 28 de junho . O evento foi promovido pela Diretoria de Atividades Técnicas ( DAT ), Divisão Técnica de Transporte e Logística ( DTRL ) e Divisão Técnica de Construção ( DCO ).
Expandindo para solucionar problemas
Enquanto as obras da Linha 3 avançam , a concessionária do VLT lida com problemas nas duas linhas existentes . Com capacidade para transportar mais de 200 mil pessoas por dia , o VLT alcança , no máximo , 69 mil .
Segundo Alves , o término da terceira linha ajudará na solução . “ O trajeto será entre a Central do Brasil e a última quadra da Avenida Marechal Floriano , onde esta encontra os trilhos da Linha 1 . A partir daí , o passageiro poderá
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seguir no sentido Rodoviária ou Aeroporto Santos Dumont , sem cobrança adicional de passagem . Ao integrar com os modais da Central - trem , ônibus e metrô -, a Linha 3 aumentará em muito a utilização do sistema VLT . Com apenas mais um quilômetro de trilhos , você incrementa mais uma linha , e incrementa mais 50 % de capacidade de transporte . Essa é a grande proposta dessa linha ”, destaca . A Linha 3 vai entrar em operação em dezembro , e a expectativa é transportar 87 mil pessoas por dia .
A nova linha do VLT também aponta para uma das vocações do modal : a integração . Para a concessionária e especialistas , o VLT é um integrador de modais e , para que
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essa vocação seja plenamente realizada , ainda falta um passo que já está nos planos da empresa . A integração tarifária deverá ser implantada em breve . Hoje , o veículo só integra passagem via Bilhete Único com os ônibus municipais , além de não cobrar pela mudança de uma linha para a outra do próprio VLT .
Tramita na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro ( Alerj ) projeto de lei que tem como objetivo integrar a passagem com os modais estaduais : metrô , trens da Supervia e barcas . “ Queremos ser a primeira opção de transporte do trabalhador do Centro ”, afirmou .
É natural que a implantação de um sistema de transportes como o VLT
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no Centro do Rio aconteça com novas tecnologias . Entre as inovações trazidas pelo sistema está a prioridade semafórica : os semáforos das ruas se abrem para a passagem do VLT , com diversas sinalizações que orientam o condutor e evitam colisão .
A captação de energia pelo solo também é destaque . Ela acontece pelo trilho do meio , mas também pode ser realizada pelos trilhos dos cantos e , em caso de necessidade , energizar-se autonomamente por supercapacitores . Alves ainda explicou que os trilhos do VLT não são energizados , e sim energizáveis : a transmissão ocorre somente quando o trem está sobre o trilho , no trecho ocupado . Assim , não atinge pessoas que passam ao redor . “ O sistema é feito para não energizar ”, resumiu . Também é pequeno o risco de atropelamento pelo VLT , pois , além de ter o condutor no controle , tem velocidade média de 15 km / h . “ Nós não temos nenhum registro de acidente grave no VLT ”, registrou .
Um dos orgulhos da concessionária , o funcionamento com base em um sistema sustentável e consciente , também foi apresentado por Alves . Além de usar a energia elétrica no lugar de combustíveis fósseis , a empresa se certifica que a energia comprada seja proveniente de fontes de baixo impacto ambiental , como a biomassa , solar e eólica .
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