Jornal do Clube de Engenharia 590 (Maio de 2018) | Seite 2

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EDITORIAL

Por um Projeto Nacional

A Nação brasileira tem o direito , o dever e a urgente necessidade de conhecer sua própria História , construída pelas gerações que nos antecederam . De saber do extremo esforço feito por nossas lideranças , a partir da década de 1930 , para que o país se transformasse , de um simples exportador de produtos primários , em uma nação industrializada . Um salto que teve à frente brasileiros convictos de que tínhamos de olhar para dentro ao construir o nosso futuro .
Em 1945 o povo brasileiro foi testemunha , no governo de Getúlio Vargas , do embate entre o industrial paulista Roberto Simonsen , fundador da FIESP – a principal entidade de classe dos industriais – e o economista Eugênio Gudin , arauto dos conservadores , historicamente vinculados a interesses externos . Em discussão , o papel do Estado e a necessidade , ou não , de industrializar o Brasil . Simonsen defendia um Estado forte e um Projeto Nacional para impulsionar o nosso desenvolvimento . Gudin era contra . Para o economista , a vocação do Brasil era a de ser exportador de produtos primários . Esse debate , desde então , condiciona o rumo da nossa economia , determinado pelo grupo que esteja no poder . À exceção de Castello Branco , Collor , Fernando Henrique e Dilma ( 2 º mandato ) os demais governos desse período , cada um a seu modo , tiveram compromissos com o desenvolvimento . Hoje o governo Temer caracteriza-se pelo absoluto desprezo ao interesse nacional . Nunca tivemos governo tão determinado em destruir o que é nosso .
Foi a partir da construção de um Projeto Nacional indutor do desenvolvimento que nasceram a Companhia Siderúrgica Nacional , o então BNDE , a Petrobrás , a Eletrobrás , a Embratel , a Embraer e a Embrapa . Foi delas que nasceu o Brasil moderno .

Clube de Engenharia Fundado em 24 de dezembro de 1880

Todo esse extraordinário esforço nos levou a ser hoje uma das dez maiores economias do mundo . Por isso , é necessário reagir ao desastre em curso : o desmonte sistemático do Estado soberano e das conquistas econômicas e sociais das últimas oito décadas , do qual são exemplos marcantes o congelamento , por 20 anos , dos gastos governamentais pela Emenda Constitucional n º 95 ; o esvaziamento da Petrobrás , que daqui a pouco será apenas exportadora de petróleo bruto ; o amesquinhamento do papel do BNDES , como se fora um banco privado qualquer ; a privatização da Eletrobrás , tentativa de destruir o sistema interligado nacional para que a energia elétrica seja vendida a preços de “ mercado ”; e as reformas trabalhista , que precariza o mercado de trabalho , e a da previdência , que reduz a pó a expectativa de aposentadoria digna . Os resultados , à vista de todos , são índices de desemprego inéditos , aumento da mortalidade infantil e explosão da violência , nos colocando à beira da convulsão social .
Todos , nas mais distintas áreas , precisamos assumir a responsabilidade de pensar o nosso futuro para além dos personalismos , das paixões e dos partidos . Urge entender que o que une e move o Brasil hoje , e sua população de mais de 200 milhões de brasileiros e brasileiras , é a necessidade vital de um desenvolvimento soberano e socialmente inclusivo , nos marcos da democracia , único caminho capaz de garantir e assegurar a paz social . Sem isso , não há polícia , não há exército , que dê conta de controlar a violência .
É essa a argamassa capaz de nos unir e fortalecer os alicerces do projeto político de um país orgulhoso de sua história , que resiste e diz NÃO aos que acenam com o atraso e a possibilidade de ver o Brasil capturado pelo “ mercado ”.
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