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Território democrático e políticas públicas
Remontar as crescentes cidades brasileiras e pensar racionalmente as habitações populares é um dos maiores desafios do nosso tempo . Sem uma diretriz clara do Poder Público é o povo que dá a solução que encontra . Assim nascem e crescem as favelas . Paralelamente a isso , projetos são implementados , mas não resolvem a questão . Por incrível que pareça , na esfera pública o desconhecimento é grande em relação às políticas disponíveis , como ferramenta de ordenamento da cidade , mesmo em grandes prefeituras . É preciso uma nova agenda para as cidades , sob pena de estagnarmos como sociedade , afirmou Washington Fajardo , arquiteto e urbanista , ex-presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade , em palestra no dia 10 de abril , no Clube de Engenharia , quando confessou que foi no momento em que assumiu a responsabilidade pelo patrimônio cultural e pela tutela do centro histórico do Rio de Janeiro que tomou , de fato , consciência da necessidade de se discutir mais a cidade .
Flickr da Prefeitura de Itanhaém
Fajardo abordou o Minha Casa Minha Vida , programa que tem problemas como a má localização dos conjuntos habitacionais
Mesmo em uma prefeitura de grande capacidade técnica , com vasto espectro e diversidade de servidores , alguns assuntos de política habitacional ainda soam distantes . “ Ficou claro que existe uma grande ignorância em relação às habitações populares , algo que acredito ser conectado com um período da nossa história e com a ideia da estética , ainda muito forte no Brasil . No debate de classe , corporativo , de atuação cidadã , costumamos colocar esses pontos de forma quase que maniqueísta . Moradia acessível , aluguel social , IPTU progressivo , mesmo depois de tanto tempo pensando as cidades e de uma série de legislações sobre o assunto , ainda são assuntos pouco conhecidos ”, constata o palestrante no encontro promovido pela Diretoria de Atividades Técnicas ( DAT ) e pela Divisão Técnica Especializada de Urbanismo e Planejamento Regional ( DUR ).
A melhor cidade é aqui
A ideia de cidade , de uma existência mais digna no território , ainda não foi alcançada . Enquanto não conquistarmos isso , não seremos capazes de constituir uma cidadania plena , continuaremos reincidindo na polarização que vivemos hoje . “ A polarização , inclusive , tem forte caráter territorial : organizadas em guetos ricos e guetos pobres , as cidades fomentam assimetrias e apontam a organização do pensamento em guetos , aumentando cada vez mais os espaços de luta ”, afirma .
“ A melhor cidade é a cidade que existe ”. A frase é quase que uma marca registrada de Fajardo , que a leva para onde vai e a repete sem economia . Para ele , há uma ideia latente na sociedade segundo a qual a boa cidade é aquela que ainda está para ser construída em outro lugar . Já o território onde se vive , onde está o cotidiano , não é bom . “ Estamos sempre olhando para um outro lugar , e isso foi construído historicamente ”, destaca . http :// bit . ly / Habitação-Popular
Aproveitamento da água da chuva : solução para crise hídrica
A solução para a crise hídrica que já ocorre em alguns estados brasileiros e ameaça outros pode estar em iniciativas individuais , como a utilização da água da chuva . O recurso pode suprir até 50 % do consumo de água de uma residência ou estabelecimento , segundo o engenheiro civil especialista em Engenharia Sanitária e Ambiental Leonardo Heitor Richa Nogueira . No dia 09 de abril , Nogueira apresentou a palestra “ O aproveitamento da água da chuva nas edifica- |
ções ” no Clube de Engenharia . O evento contou com a promoção da Diretoria de Atividades Técnicas ( DAT ) e as divisões técnicas de Engenharia do Ambiente ( DEA ), Construção ( DCO ), Ciência e Tecnologia ( DCTEC ) e Engenharia Econômica ( DEC ).
Diferentemente da água enviada pelas empresas de abastecimento , a água da chuva pertence ao dono do terreno onde cai , sendo gratuita . Sua utilização para usos não potáveis , como limpeza de superfícies e torres
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de resfriamento , pode gerar economia e ainda contribuir para evitar as enchentes nas cidades . O tempo de retorno do investimento varia de acordo com a obra realizada : caso o imóvel seja reformado para que a água pluvial chegue ao encanamento , como em vasos sanitários , pode levar mais tempo para que o investimento seja coberto . Se a captação for mais simples , destinando a água a um reservatório na área externa , com poucas etapas de filtração , mais rapidamente o retorno ocorre . |
Segundo Nogueira , a técnica não é amplamente divulgada por falta de interesse dos envolvidos , particularmente o poder público e as empresas de abastecimento . “ Aos grandes agentes financeiros interessa financiar empreendimentos de grande porte . À indústria interessa , para todo o sistema de saneamento , opções como osmose reversa , dessalinização , soluções que custam muito ”, explicou .
Leia no Portal do Clube de Engenharia : http :// bit . ly / AproveitamentodaChuva
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