Jornal do Clube de Engenharia 590 (Maio de 2018) | Page 9

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MAIO DE 2018
HOMENAGEM

IME : berço da engenharia brasileira

Uma instituição tradicional , de mais de 200 anos , que por décadas foi a única escola de engenharia do país e até hoje trabalha pela tecnologia nacional , ganhou destaque no Almoço de Confraternização dos sócios do Clube , em 26 de Abril . O Instituto Militar de Engenharia ( IME ) foi a entidade homenageada na ocasião , tendo celebrada sua contribuição para o país desde 1792 , quando foi instalado com o nome de Real Academia de Artilharia , Fortificação e Desenho . Recebeu a homenagem o comandante e reitor do IME , General de Divisão Engenheiro Militar Hildo Vieira Prado Filho .
A mesa de homenagem à instituição bicentenária foi composta por Pedro Celestino , presidente do Clube de Engenharia ; Sebastião Soares , vicepresidente ; Francis Bogossian , presidente da Academia Nacional de Engenharia ( ANE ); Hildo Vieira Prado Filho , comandante e reitor do IME ; Coronel Engenheiro Militar Armando Morado Ferreira , subcomandante do IME ; Márcio Girão , conselheiro do Clube e Diretor de Planejamento e Gestão de Risco da Financiadora de Estudos e Projetos ( FINEP ); e Edival Ponciano de Carvalho , ex-comandante do IME .
O comandante Hildo Vieira Prado Filho comentou o orgulho de ser reitor do IME :
SAE

Movimento rumo ao interior do estado

Universidades particulares e públicas do Rio de Janeiro são participantes ativas no Clube de Engenharia , através da Secretaria de Apoio ao Estudante ( SAE ), que nos últimos meses viu seu trabalho envolver mais sete cidades . Existem , hoje , núcleos ou representantes filiados ao Clube de Engenharia , através da SAE , na Universidade do Estado do Rio de Janeiro ( UERJ ) de Resende ; na Universidade Federal Fluminense ( UFF ) de Volta Redonda ; no CEFET de Nova Friburgo ; na Estácio de Petrópolis ; no CEFET e no Instituto Federal Fluminense ( IFF ) de Macaé ; na Estácio de Nova Iguaçu ; e na Universidade Federal Fluminense ( UFF ), Universidade Veiga de Almeida ( UVA ) e Universidade Cândido Mendes ( UCAM ), em Niterói .
“ A expansão para fora do município é natural ”, afirma o coordenador da secretaria , conselheiro Stelberto Porto Soares , “ assim como se expandiu das universidades públicas , no início do processo , para hoje abranger também as universidades privadas ”. Para ele , o principal objetivo é a continuidade : os membros estudantes assíduos no Clube já começam a participar das Divisões Técnicas Especializadas ( DTEs ), e assim como são feitas reuniões com uso de aplicativos de comunicação em vídeo ou ligação para conectar quem está distante , também as DTEs caminharão na mesma direção . “ Vamos ter que usar cada vez mais os meios eletrônicos para poder integrar . O que estamos fazendo é abrir o Clube para eles , contando com as DTEs para a contribuição dos jovens profissionais e novas tecnologias .” Link : https :// bit . ly / 2LlbZ8f
Fernando Alvim
Comandante e reitor do IME , Hildo Vieira Prado Filho
“ Orgulho porque nós colhemos e trazemos tradição . O desafio é , a partir da tradição , sabermos de onde estamos vindo e projetar o futuro , para não ficarmos obsoletos ”. Segundo Prado Filho , todo ano o IME forma Brasil afora cerca de 100 engenheiros graduados , melhorando a capacidade científica e tecnológica do país . “ Um país que tem a área científico-tecnológica plenamente desenvolvida , que domine a sua tecnologia , os seus produtos de defesa ou seus produtos estratégicos , certamente ganha qualquer guerra sem dar um tiro . A expressão do poder nacional científicotecnológico representa o quanto aquele país pode produzir . Representa a independência da nação ”, afirmou . http :// bit . ly / HomenagemIME
A VOZ do SÓCIO
Prezados Senhores ,
A matéria sobre a formação profissional do engenheiro , apresentada na página 11 do Jornal do Clube de Engenharia de março ( http :// portalclubedeengenharia . org . br / arquivo / 1521490685 . pdf / documentos ), aborda tema de grande importância , cuja discussão merece ser incentivada com a participação da academia e dos profissionais de engenharia . Algo similar foi conduzido pela Boeing no início do século ( e . g . Mc Master , J . H .; Komerath , N .; “ Boeing-University Relations : a review and prospect for the future ”, American Society for Engineering Education Annual Conference and Exposition , Portland , 2005 ). ( O texto ) aponta os professores de 40 horas exclusivas , com doutorado , como um problema . Eu me incluo nesse grupo e , de fato , posso me tornar um grande problema se usar todo o meu tempo apenas dando aulas . Eu preciso interagir com o setor produtivo e também conduzir trabalhos de inovação , desenvolvimento e pesquisa . Se não seria como o tal cirurgião “ que nunca usou um bisturi ”, adequadamente mencionado . Da mesma forma , se a indústria não se aproximar da academia , não será uma boa indústria . Na Alemanha , que conheço desde o doutorado , os professores universitários de engenharia são de dedicação exclusiva , mas os contatos com a indústria são estreitos e benéficos para ambos os lados . No Brasil , a dificuldade está justamente na indústria fraca , dependente de conhecimentos do exterior e pouco interessada na aproximação com a universidade . Visitas técnicas , sem dúvida , ajudam na formação do engenheiro , mas não serão aulas dadas no local de trabalho , como em “ estações de tratamento de água ”, que devem ser tomadas como paradigma de qualidade . Difícil problema , uma mera reforma de ensino não o resolve . Precisa vontade política , cujo exemplo mais recente está sendo dado pela China . Afinal , a universidade não é o lugar do “ know how ”. Esse é o espaço da indústria . A universidade deve ser o espaço do “ know why ”, o lugar que permite a transformação e não a mera reprodução e repetição do que existe .
Richard M . Stephan 09 / 04 / 2018

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