O projeto Geovias Metropolitano , iniciativa da Câmara Metropolitana , órgão de planejamento da região metropolitana ligado ao governo estadual , firmou , em dezembro de 2016 , parceria com concessionárias de gás , energia , água e telecomunicações : CEG / CEG Rio , Ampla / Enel , Light , Cedae , Claro , Oi / Telemar e Tim Brasil . Em fevereiro de 2017 foram agregadas as instituições de transporte viário : Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro ( Fetranspor ) e TransÔnibus . Participam ainda do projeto as 21 prefeituras que compõem a região .
O sistema de informações metropolitano é uma das exigências do Estatuto da Metrópole , instituído nacionalmente em 2015 , de modo que o modelo fluminense será uma espécie de projeto piloto . Para o arquiteto Vicente Loureiro , diretor executivo da Câmara Metropolitana , o fundamental é criar uma ferramenta de planejamento . “ Muito mais do que estar coerente com o Estatuto da Metrópole , queremos fornecer um serviço , trabalhar com a informação para facilitar a gestão dos serviços públicos no campo da infraestrutura do estado e dos municípios .”
Demanda antiga
A demanda existe de longa data . A sociedade cobra o cadastro de infraestrutura enquanto acidentes acontecem , em alguns casos fatais , e obras ficam mais caras . Inspirado no Sistema de Gestão de Obras em Vias Públicas ( Geovias ) da cidade
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do Rio de Janeiro , inaugurado em 2014 , que tem como uma de suas funcionalidades fazer a gestão dos processos de licenciamento de obras , o Geovias Metropolitano tem um acervo de cerca de 7.000 documentos cartográficos datados de janeiro de 2016 . Neles as concessionárias devem inserir as informações de suas redes , de modo que o sistema contemple desde o subsolo até o espaço aéreo . As prefeituras poderão acessar o sistema como um instrumento de gestão de obras . Um passo da maior relevância , já que a cartografia da região metropolitana não era atualizada há mais de 40 anos : foram mapeados 19 municípios da região ao custo de quase 13 milhões de reais , excluídos da cartografia o Rio de Janeiro e Niterói , já atualizados .
Segundo a diretora de Assuntos Administrativos do Clube de Engenharia , Carmen Lúcia Petraglia , responsável pelo setor de cartografia e informação da Câmara Metropolitana , “ a grande troca é : nós cedemos a cartografia atualizada e as concessionárias plotam em cima dessa cartografia os seus cadastros . É uma troca importante porque a cartografia está numa escala muito precisa , na qual é possível ver casa por casa ”. A segurança é apontada como um ponto que se destaca . Para a CEG , por exemplo , é fundamental a segurança das tubulações e também que todos saibam localizá-las . O mesmo acontece com as adutoras .
A ideia é que todas as obras das concessionárias possam ser baseadas no mapeamento , inclusive
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Fonte : Fundação Ceperj
no momento exato de realizar a manutenção de tal forma que o operador possa abrir o sistema num dispositivo móvel e compreender a “ anatomia ” do local .“ É fundamental fazer obras de forma mais inteligente , sem surpresas e custos desnecessários . Temos esperança de chegar a um produto bastante útil na execução de obras públicas , prevendo inclusive a expansão de alguns sistemas ”, destaca Loureiro .
Reflexos da crise e perspectivas
Um dos impactos da crise estadual no projeto é o próprio sistema de informações geoespaciais que está sendo utilizado , com menor capacidade técnica do que a equipe havia planejado . É uma espécie de sistema “ de contingência ”, provisório , mas capaz de receber a primeira carga de informações , informa Nelson Caldeira , um dos coordenadores operacionais do
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projeto . O modelo definitivo está em fase de contratação e deverá entrar em funcionamento em agosto . No entanto , os resultados efetivos do uso das cartografias para orientar novas obras dependem das concessionárias e , nesse contexto , está previsto para o final de cada ano que as empresas apresentem um documento de avaliação . Para Caldeira , o projeto não é somente um sistema de consulta . A proposta é criar uma nova cultura nas concessionárias : “ O objetivo principal do Geovias Metropolitano é implantar uma cultura organizacional de compartilhamento de dados para que os municípios sejam capazes de produzir e compartilhar . As informações de um município podem interessar a seus vizinhos , mesmo porque um planejamento estratégico leva em conta o ambiente interno e também o que o cerca ”, conclui .
Nota do Editor : Foto da Capa Sob a coordenação de Vicente Loureiro , a Fetranspor e TransÔnibus assinam o termo de cooperação técnica .
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