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Operadores aeroagrícolas ainda preocupados pela falta de combustível de aviaçã o Com cerca de 200 aviões agrícolas parados no País e em torno de 300 com combustível para apenas um ou dois dias de operação, o diretor-executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), Gabriel Colle, vê com um certo alívio a notícia de o governo está priorizando a liberação imediata de uma carga de gasolina de aviação (avgas) que teria chegado no final de semana ao Porto de Santos, em São Paulo. No entanto, ainda há a expectativa de que o combustível seja distribuído o mais rápido possível aos operadores que estão parados em pleno auge de safras importantes, como Soja, cana-de-açúcar e arroz.Principalmente em São Paulo, onde pelo menos 30 aeronaves a avgas deixaram de funcionar desde o início de janeiro e onde a escassez já afeta também aeroclubes e aeroportos regionais. Porém, a maior expectativa está no Rio Grande do Sul, onde a falta de avgas só não foi devastadora porque as chuvas estão atrasando o tratamento das lavouras. Porém, foi justamente isso que estava deixando operadores aeroagrícolas e produtores apreensivos. O Estado tem a maior frota movida a avgas do país (mais da metade de seus 427 aviões). Os empresários que ainda tinham avgas chegaram ao sábado com combustível para dois dias de operações. Insignificante para a necessidade que virá quanto o tempo melhorar e todas as lavouras estarão em emergência de aplicações – principalmente para não serem dizimadas por doenças fúngicas com tempo quente e úmido. Na verdade, a tensão continua nas lavouras de soja (terceiro maior produtor nacional) e de arroz (70% da produção do País), enquanto o combustível não chegar de fato. Em outros Estados, como Mato Grosso do Sul, operadores também foram afetados pela falta de avgas. Porém, os efeitos da crise não foram tão sentidos porque quase todos os empresários contam com a maioria dos aviões a etanol ou a querosene de aviação (QAV, que é usado nos aviões maiores, turboélices). “Quem tem um avião a avgas parado, tem pelo menos outros três a etanol em sua frota. Apesar do transtorno, isso permite um remanejo sem maiores sustos nas operações”, explica Colle. O diretor do Sindag lembra que os primeiros relatos de operadores pelo país com dificuldades de encontrar gasolina de aviação ocorreram em dezembro. O sindicato aeroagrícola entrou janeiro buscando informações e uma solução junto à Petrobras. “Ontem (14) soubemos que a Presidência da República interviu para resolver a questão e mandou priorizar a liberação de um navio de combustível que teria chegado no final de semana no porto de Santos/SP. Além disso, chamou todas as entidades envolvidas para uma reunião nas próximas semanas, a fim de se traçar um plano de contingências mais eficiente”, relata Colle. A falta de avgas no País teria começado a partir de uma manutenção (que teria sido programada e iniciada em novembro) na única linha de produção de gasolina de aviação (avgas) no País, na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão/SP. Com o auge da safra, isso colocou a aviação agrícola brasileira à beira de um colapso. Faltou combustível para pelo menos metade da frota aeroagrícola nacional – que é a segunda maior do mundo, com mais de 2,1 mil aeronaves. Enquanto as obras na refinaria não forem concluídas (iria pelo menos até outubro), a importação de avgas deve continuar pelos próximos meses. Anac autoriza aumento de 5,39% nas tarifas de embarque em aeroportos A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorizou nesta quarta-feira (16/01) reajuste de 5,39% para o teto das tarifas de embarque, conexão, pouso e permanência nos aeroportos administrados pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Os novos valores poderão ser aplicados depois de 30 dias que a Infraero fizer a divulgação oficial do reajuste.As tarifas aeroportuárias são valores pagos aos operadores do setor pelas companhias aéreas, pelo operador da aeronave ou pelo passageiro. Segundo a Anac, a tarifa de embarque é a única paga pelo passageiro e tem a finalidade de remunerar a prestação dos serviços, instalações e facilidades disponibilizadas aos passageiros.Com o reajuste, a tarifa máxima dos passageiros em embarques domésticos passará de R$ 31,27 para R$ 32,95. Nas viagens internacionais, a tarifa máxima de embarque aumentará de R$ 112,83 para R$ 115,82. Os valores valores já incluem o adicional do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC) de US$ 18, o correspondente a R$ 57,47. De acordo com a Anac, o reajuste foi aplicado considerando a inflação acumulada entre dezembro de 2017 e dezembro de 2018, medida pela variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE)Responsável por cerca de 60% do movimento aéreo no país, a Infraero administra mais de 50 terminais que operam voos regulares e não regulares, voos domésticos regionais e nacionais e também internacionais. Entre eles, destacam-se aeroportos de grande movimentação como Congonhas, em São Paulo, e Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e do Recife, além de terminais regionais como Campina Grande, na Paraíba, Juazeiro do Norte, no Ceará, e Montes Claros, em Minas Gerais.