Jornal Digital AFAC- 24 Edição modelo para o site | Page 11
Operadores aeroagrícolas ainda preocupados pela falta de combustível de aviaçã o
Com cerca de 200 aviões agrícolas parados no País e em torno de 300 com combustível para apenas um
ou dois dias de operação, o diretor-executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola
(Sindag), Gabriel Colle, vê com um certo alívio a notícia de o governo está priorizando a liberação
imediata de uma carga de gasolina de aviação (avgas) que teria chegado no final de semana ao Porto de
Santos, em São Paulo. No entanto, ainda há a expectativa de que o combustível seja distribuído o mais
rápido possível aos operadores que estão parados em pleno auge de safras importantes, como Soja,
cana-de-açúcar e arroz.Principalmente em São Paulo, onde pelo menos 30 aeronaves a avgas deixaram
de funcionar desde o início de janeiro e onde a escassez já afeta também aeroclubes e aeroportos
regionais. Porém, a maior expectativa está no Rio Grande do Sul, onde a falta de avgas só não foi
devastadora porque as chuvas estão atrasando o tratamento das lavouras. Porém, foi justamente isso
que estava deixando operadores aeroagrícolas e produtores apreensivos. O Estado tem a maior frota
movida a avgas do país (mais da metade de seus 427 aviões). Os empresários que ainda tinham avgas
chegaram ao sábado com combustível para dois dias de operações. Insignificante para a necessidade
que virá quanto o tempo melhorar e todas as lavouras estarão em emergência de aplicações –
principalmente para não serem dizimadas por doenças fúngicas com tempo quente e úmido. Na verdade,
a tensão continua nas lavouras de soja (terceiro maior produtor nacional) e de arroz (70% da produção do
País), enquanto o combustível não chegar de fato. Em outros Estados, como Mato Grosso do Sul,
operadores também foram afetados pela falta de avgas. Porém, os efeitos da crise não foram tão sentidos
porque quase todos os empresários contam com a maioria dos aviões a etanol ou a querosene de
aviação (QAV, que é usado nos aviões maiores, turboélices). “Quem tem um avião a avgas parado, tem
pelo menos outros três a etanol em sua frota. Apesar do transtorno, isso permite um remanejo sem
maiores sustos nas operações”, explica Colle. O diretor do Sindag lembra que os primeiros relatos de
operadores pelo país com dificuldades de encontrar gasolina de aviação ocorreram em dezembro. O
sindicato aeroagrícola entrou janeiro buscando informações e uma solução junto à Petrobras. “Ontem (14)
soubemos que a Presidência da República interviu para resolver a questão e mandou priorizar a liberação
de um navio de combustível que teria chegado no final de semana no porto de Santos/SP. Além disso,
chamou todas as entidades envolvidas para uma reunião nas próximas semanas, a fim de se traçar um
plano de contingências mais eficiente”, relata Colle.
A falta de avgas no País teria começado a partir de uma manutenção (que teria sido
programada e iniciada em novembro) na única linha de produção de gasolina de
aviação (avgas) no País, na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão/SP.
Com o auge da safra, isso colocou a aviação agrícola brasileira à beira de um colapso.
Faltou combustível para pelo menos metade da frota aeroagrícola nacional – que é a
segunda maior do mundo, com mais de 2,1 mil aeronaves. Enquanto as obras na
refinaria não forem concluídas (iria pelo menos até outubro), a importação de avgas
deve continuar pelos próximos meses.
Anac autoriza aumento de 5,39% nas tarifas de embarque em aeroportos
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorizou nesta quarta-feira (16/01) reajuste de 5,39% para o
teto das tarifas de embarque, conexão, pouso e permanência nos aeroportos administrados pela Empresa
Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Os novos valores poderão ser aplicados depois de 30
dias que a Infraero fizer a divulgação oficial do reajuste.As tarifas aeroportuárias são valores pagos aos
operadores do setor pelas companhias aéreas, pelo operador da aeronave ou pelo passageiro. Segundo
a Anac, a tarifa de embarque é a única paga pelo passageiro e tem a finalidade de remunerar a prestação
dos serviços, instalações e facilidades disponibilizadas aos passageiros.Com o reajuste, a tarifa máxima
dos passageiros em embarques domésticos passará de R$ 31,27 para R$ 32,95. Nas viagens
internacionais, a tarifa máxima de embarque aumentará de R$ 112,83 para R$ 115,82. Os valores valores
já incluem o adicional do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC) de US$ 18, o correspondente a R$
57,47. De acordo com a Anac, o reajuste foi aplicado considerando a inflação acumulada entre dezembro
de 2017 e dezembro de 2018, medida pela variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),
calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE)Responsável por cerca de 60% do
movimento aéreo no país, a Infraero administra mais de 50 terminais que operam voos regulares e não
regulares, voos domésticos regionais e nacionais e também internacionais. Entre eles, destacam-se
aeroportos de grande movimentação como Congonhas, em São Paulo, e Santos Dumont, no Rio de
Janeiro, e do Recife, além de terminais regionais como Campina Grande, na Paraíba, Juazeiro do Norte,
no Ceará, e Montes Claros, em Minas Gerais.