A ISOD possuía um caráter mais inclusivo e abrangente, visando alcançar todos os tipos de deficiência para ser capaz de constituir um futuro comitê coordenador dos Jogos Paraolímpicos. Essa lutou para inserir competidores cegos e amputados nos Jogos Paraolímpicos de Toronto (1976) e com paralisia cerebral em Arnhem (1980, Holanda).
Contudo, o poder mais expressivo, no que tange a organização do evento, está associado ao Comitê Internacional Coordenador de Esportes para Deficientes no Mundo, ou ICC. Criado em 1982, o ICC é composto pela Associação Internacional de Esporte e Recreação para Atletas com Paralisia Cerebral (CPISRA) e pela Federação Internacional de Esportes para Cegos (IBSA), ademais a ISOD e a ISMGF, surgindo segundo a necessidade do trabalho em conjunto para um desenrolar mais completo dos Jogos Paraolímpicos. Mais tarde, o organismo ainda ganhou suporte do Comitê Internacional de Esportes para Surdos (CISS) e das Federações Internacionais Esportivas para Pessoas com Deficiência Intelectual (INAD-FID).
A reivindicação por maior representação e visibilidade nacional e global por parte dos países membros do ICC resultou, em setembro de 1989, na fundação do Comitê Paraolímpico Internacional (IPC em inglês) – entidade de caráter não lucrativo situada em Dusseldorf, na Alemanha. O órgão objetiva atuar como dirigente do movimento paraolímpico mundial. Concordou-se em chamá-lo “paraolímpico” em razão de suas linhagens etimológicas – do grego “para” (ao lado) e da palavra “olímpico” – simbolizando o paralelismo e igualdade entre os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos.
Consequentemente – e desde a Olimpíada de Seul (1988) e a Olimpíada de Inverno em Albertville (1992) -, as Paraolimpíadas são disputadas nas mesmas localidades em que ocorrem os Jogos Olímpicos, acordando, no entanto, com seus respectivos Comitês Internacionais.
Modalidades Esportivas
Algumas das competições realizadas nos Jogos Paraolímpicos são desenvolvidas e adaptadas para atletas portadores de deficiências específicas. Desse modo, ao iniciarem sua carreira profissional, os competidores são submetidos a uma avaliação condicional a fim de inseri-los nas categorias estipuladas pelo Movimento Paraolímpico Internacional. Estas, por sua vez, dividem-se em: amputados, paralisados cerebrais, deficientes visuais, lesionados na medula espinal, deficientes mentais e “les outres” – grupo constituído por atletas que possuem mobilidade limitada, porém que não enquadram-se em nenhuma das categorias previamente apresentadas.
À vista disso, os esportes que compõem o quadro de disputa paraolímpico são:
* Atletismo, cujos participantes possuem deficiências visuais ou físicas;
* Basquete em cadeira de rodas, disputado desde a primeira edição da Paraolimpíada;
* Bocha, em que atletas com paralisia cerebral severa, dependentes de cadeiras de rodas, mostram suas habilidades e superações;
* Ciclismo;
* Esgrima, exclusivo a indivíduos com dificuldade de locomoção;
* Futebol de 5, disputado por homens deficientes visuais;
* Futebol de 7, com atletas paralisados cerebrais;
* Goalball;
* Halterofilismo;
* Hipismo;.
As Paraolimpíadas: aquilo que começou como forma de reabilitação e ganhou abrangência internacional.
Doping/Novembro 2016 37