Interpress
“
Foi quando eu tava no oitavo ano e
tinha uns meninos da minha sala que
fumavam. Eu tinha um amigo que
andava um pouco com esses garotos
e daí um dia ele acabou me chamando pra ir
junto. Achei que ia ficar doidão, tá ligada?
Nem pegou nada.” Victor, ex aluno da escola
pública Antônio Augusto.
Respondendo ao questionamento de como é
consumir derivados da Cannabis agora que ele
estuda na UFMG, Victor completou: “Ah! „Cê
não tem noção do quanto é mais fácil
conseguir as parada! – risos”.
Talvez os resultados de outro estudo sobre o
mesmo tema possam fornecer esta noção:
“A probabilidade do estudante da escola
pública central fazer uso pesado de drogas foi
4,0 vezes maior que aquela da escola
periférica; do que trabalhava 2,5 vezes maior
que daquele que não trabalhava; do período
noturno 2,2 vezes maior que daquele do
período matutino; dos níveis socioeconômicos
A e B 2,0 vezes maior que daqueles dos níveis
D e E; que teve educação pouco religiosa na
infância 1,7 vezes maior que a daquele que
teve educação muito religiosa; que se sentia
pouco apoiado e compreendido pela família
Cdhm: saiba mais
1,2 vezes maior que a daquele qu e se sentia
muito apoiado e compreendido pela família.”
(Meire Soldeira para a Revista da Saúde
Pública)
Poder alcançar narcóticos com 4 vezes mais
facilidade é um dado a ser guardado com
devido assombro.
Mas o que acontece nas instituições
federais, afinal?
Enunciações do campo da Psicologia alertam
para o fato dos adolescentes voltarem-se
intensamente sobre seus grupos e passarem a
reproduzir determinados comportamentos.
Esses discursos acabam por influenciar a
forma como esses adolescentes pensam a
respeito de si mesmo e do outro, marcando
seus corpos e modos de vida.
O OBID (Observatório Brasileiro de
Informações Sobre Drogas) constantemente
divulga artigos e notícias para conscientização
do jovem sobre a auto imagem, justamente
pela constatação de que a falta da imposição de
uma personalidade própria geralmente torna o
adolescente suscetível ao consumo.
No caso de um ambiente onde os jovens
possuem liberdade para agir, são mais
politizados,
com
díspares
condições
econômicas, maior tempo de interação e
cotidianamente mais influenciados entre si, >
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