INTERPRESS (Junho, 2019) | Page 38

“The Guardian”, o jornal norte americano “The New York Times” e o argentino “La Nación”. No Brasil esse trabalho é feito principalmente por dois grandes jornais o “G1” e a “Folha de São Paulo”. Na era da informação onde competir pela atenção do internauta é extremamente difícil, a internet permitiu que qualquer pessoa, indepen- dente de formação, qualificação ou pesquisa se passe por um jornalista. Com essas ameaças ao mercado o Jornalismo de Dados com sua impar- cialidade numérica, projetos chamativos e pla- taformas bem geridas permite um suspiro de luz em uma internet poluída por desinformação. Na atualidade o G1 e a Folha de São Paulo oferecem formações adicionais aos seus jornalis- tas para intensificar a produção desse novo tipo de jornalismo, influenciando outros jornais a fazerem o mesmo e integrarem programadores e desig- ners a suas equipes. O jornalismo de dados, hoje, pode ser pensado como o futuro do jornalismo. As Reportagens Agora serão pensados duas grandes matérias deste no domínio do jornalismo. O primeiro é um grande orgulho jornalístico brasileiro, o “Monitor da Violência”, do G1, que saiu vitorioso do Data Journalism Awards, a maior premiação do tipo no mundo. Em segundo lugar a matéria “O Que Resta da Mata Atlântica no Brasil”, um projeto mais gráfico que textual que expõe os dados em mapas concisos e dados fáceis de serem lidos, realizado pel’A Nexo. O Monitor da Violência é um esforço con- junto com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e p Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Nele analisou-se a violência no Brasil a partir de uma amostra de pouco mais de 1000 mortos. Com isso traçou-se o perfil das vítimas, dia da semana em que morreu, pelo que morreu e pela proximida- de do responsável pela morte. A partir disso cons- truiu-se infográficos que condensam esses perfis, criando também outras formas de visualizar dados 38 já notórios, como é o caso da comparação da violência brasileira com a de outros países. O projeto d’A Nexo representa um esforço aliado da cartografia com o jorna- lismo investigativo. No Brasil é notória a dificuldade de realizar militância ambien- tal ou mesmo entender o impacto das gran- des empresas, historicamente e na atuali- dade, na devastação de nosso Patrimônio Natural. Com essas dificuldades a matéria reporta a condição comparada das zonas de proteção, da extensão original e atual da floresta de onde surgiu o nome do Brasil. Homicídios no Brasil e no Mundo Fonte: G1 Jornalismo de dados e as redes sociais Após o advento da internet e, em sequência, das redes sociais, a relação entre os humanos e a informação mudou drasticamente. Concebidos na era digi- tal, democrática e da ruptura dos valo- res tradicionais, os nascidos entre 1980 e 1990, também chamados de Geração Y, e as gerações subsequentes criaram uma comunidade digital que forçou o mun- do da comunicação, antes voltado para uma audiência passiva, a se adequar ao novo consumidor de informações: aque- le que assume o comando, escolhe quan- do, onde e como acessá-la em uma “ló- gica de redes” (CASTELLS, 2003).