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O exponencial Jornalismo Literário
Outras formas de fazer jornalismo: a busca incessante pela
veracidade detalhada
Por: Laura Roberta e Mayra Resende
O jornalismo divulga a realidade coti-
diana de forma clara e objetiva. Já a litera-
tura busca unir a realidade com a ficção. Po-
rém, um movimento no século XX criou um
novo conceito que incorpora características
da literatura no jornalismo, conhecido como
Jornalismo Literário. Essa nova modalidade
aderiu várias denominações, como Novo Jor-
nalismo, Literatura não-ficcional, Literatura
da realidade, Jornalismo em profundidade,
entre outras. Sua característica marcante é
introduzir a literatura em uma narrativa jor-
nalística, assim, a realidade é transmitida de
forma mais profunda, com vocabulário deta-
lhado apresentado em uma estrutura narrativa.
O Novo Jornalismo possui raízes histó-
ricas inexatas, porém, atualmente, esse estilo
faz-se presente em todo o mundo, inclusive no
Brasil. Segundo o escritor, jornalista, profes-
sor universitário e Doutor em Ciências da Co-
municação pela USP, Edvaldo Pereira Lima,
esse gênero foi criado em 1960, na imprensa
norte-americana e possui como principais pre-
cursores os jornalistas e escritores Tom Wolfe,
Gay Talese, Norman Mailer e Truman Capote.
Na busca por definir o Jornalismo Literário,
Talese afirma: “O Novo Jornalismo, embora
possa ser lido como ficção, não é ficção. É, ou
deveria ser, tão verídico, como a mais exata
das reportagens, buscando embora uma verda-
de mais ampla que a possível através da mera
compilação de fatos comprováveis, o uso
de citações, a adesão ao rígido estilo mais
antigo. O novo jornalismo permite, na ver-
dade exige, uma abordagem mais imagi-
nativa da reportagem [...]”. Para Lima, um
jornalista literário é um “comunicador que
tem como instrumento-matriz a arte de con-
tar histórias em suas diferentes formas”.
No Jornalismo Literário mundial, o es-
critor Truman Capote é considerado a principal
referência com seu livro “A Sangue Frio”, lan-
çado em 1966, que relata o assassinato de uma
família em Holcomb, Kansas. Outros pioneiros
mundiais nessa área são o jornalista e escritor
Gabriel García Márquez, com seu livro “Notícia
de um Sequestro”, publicado em 1996, que con-
ta a história de cativeiros e grandes negociações
que aconteciam na Colômbia, com destaque
para um dos maiores traficantes já conhecidos,
Pablo Escobar. E, também, o jornalista chinês
John Hersey com o livro “Hiroshima” de 1946.
Capote em seu quarto no hotel Ritz de Paris, em 1966
ROGER-VIOLLET / CORDON PRESS
Fonte: Reprodução/Jornal El País
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