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Simular faz com que os estudantes despertem interesse quanto às relações internacionais e políticas, desenvolvendo assim a capacidade de argumentação e reflexão sobre os acontecimentos do mundo e seus porquês, sejam eles causados por ideologias, tanto religiosas quanto políticas, ou simplesmente pela falta de informação da população. Porém, infelizmente, o ambiente das simulações ainda é muito elitizado.
Algumas simulações são realizadas em instituições públicas, mas isso não garante o acesso de todos os grupos sociais a elas, uma vez que todas cobram taxa de inscrição e apenas uma pequena parcela oferece meios para se obter isenção de tal taxa. Vale lembrar também que essas instituições geralmente fazem parte da chamada“ elite intelectual”, na qual se encaixam pessoas que possuem maior acesso às oportunidades, estímulo e acesso a informação para o debate.
Nas escolas públicas é muito comum que os únicos meios de informação aos quais os
estudantes têm acesso sejam televisão, revistas e jornais- meios manipulados pela elite econômica e os monopólios- e redes sociais. A falta de interesse em questões políticas presente nas escolas públicas não é à toa: é interessante para o Governo manter esses jovens alienados, ou seja, sem a capacidade de desenvolver o pensamento crítico. Isso reforça a importância das simulações nesses espaços, tendo em vista que elas ensinam a entender e respeitar o pensamento do outro e a se posicionar em discussões.
Apesar de cumprir muito bem o seu objetivo de politização nas escolas em que ocorrem, as simulações ainda abrangem uma parte muito pequena dos jovens secundaristas e universitários. Cabe às pessoas e às instituições que já possuem conhecimento na área das MUNs expandir essa iniciativa para escolas públicas estaduais e municipais- principalmente periféricas- levando, assim, conhecimento e informação à quem mais precisa, mas não tem acesso.

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