6
O Ano da Graça de 2017 está claramente talhado, nesta longa tábua que é o tempo, para as grandes comemorações.
Começou-se com o Centenário das Aparições em Fátima, com a breve mas sempre marcante presença de Sua Santidade o Papa Francisco.
Curiosamente, nesse mesmo fim de semana Portugal comemorava a primeira vitória no Eurofestival com uma canção tão invulgar quanto bonita, interpretada por alguém… normal.
Mas não ficamos por aqui…
Pela primeira vez, desde há alguns anos, a economia de Portugal cresce de forma sustentada e acima da média europeia. Acresce no entanto dizer que toda esta alavancagem (ai como gostei de escrever esta palavra!!!) se deve essencialmente ao turismo e às exportações, mas seja como for é uma melhoria. E quando assim é, nada melhor do que comemorar.
Mui brevemente comemorar-se-ão os 100 anos da Revolução Bolchevique que alterou, e de que maneira, todo o rumo da história da Europa, e não só, no passado século XX.
Só que 2017 traz-me outrossim uma comemoração. Esta muito mais pessoal, quiçá quase intimista, mas que me coloca naquele longínquo ano de 1977.
A escola era um universo paralelo ao meu pensamento e à minha vontade. Havia dois anos que me iniciara na escrita num velho caderno que ainda conservo. Se bem que aos olhos de hoje a escrita fosse deveras pobre… na altura achei-a fantástica. Quanta inocência, acrescento!
Foi assim que em 22 de Novembro, nesse ano de 77, surgiu publicado no extinto Jornal de Almada o meu primeiro texto. Uma breve crónica da cidade que me viu nascer: Lisboa. Outros textos se seguiram até abraçar no ano seguinte, com um grupo de amigos e no mesmo jornal, um projecto mais jornalístico e muito menos amador.
Play It, Sam!
Inominável desde o nº 0