Não foi à toa que o início da tomada de consciência coletiva
sobre essa questão no Brasil veio daquela cidade. Muitas outras
centelhas que alimentaram o desenvolvimento do
Design Gráfico brasileiro têm vindo de lá. Historicamente
- e por aí podemos chegar até às iniciativas pioneiras de Nassau
no sentido de implantar a imprensa no Brasil, só para dar um
exemplo clássico - Recife tem sido berço e palco de fatos e
atores determinantes para o desenvolvimento da disciplina e da
profissão do Design no Brasil. Não sendo especialista em história
pernambucana, acho que devo apenas lembrar aqui alguns
exemplos importantes: O Jornal do Commercio, Vicente do
Rego Monteiro, O Gráfico Amador, Aloisio Magalhães, Gastão de
Holanda, João Roberto Peixe, a APD-PE (Associação Profissional
do Designers de Pernambuco).
O grupo que se estruturou neste século na Ufpe em torno do
tema da Informação no Design pode ser uma continuidade
dessa linha - melhor dizendo, dessa linhagem. O conhecimento
específico, esse grupo foi buscar na Inglaterra, mais
especificamente na Universidade de Reading, onde se pósgraduaram muitos dos professores de Design Gráfico da UFPE.
É bom lembrar que os ingleses são grandes mestres no assunto
informação e cidadania: o mapa do metrô de Londres, ícone
internacional do Design de Informação, desenhado nos anos 1930
e ainda hoje mundialmente copiado, ou re-reproduzido, é um
exemplo maravilhoso e contundente.
Design industrial x design gráfico
Já nos anos 1980 a revista inglesa Design, uma das mais
importantes na área, predizia que, com a Informática,
a função do designer industrial tenderia a perder complexidade e importância para a do comunicador visual
(ou do designer gráfico) na medida em que os produtos
eletrônicos tendem a ser materialmente iguais - uma placa
de circuito impresso, uma botoeira, e um display - embora
possam cumprir funções totalmente diferentes, graças à
informação que contém. Resumindo, o hardware (material)
é o mesmo, o que muda é o software (informação
processada pelo hardware). Exemplo: Uma calculadora
é igual a um controle remoto que é igual a um telefone
sem fio. A diferença é a função que cumprem, dada pelo
software (um faz contas, o segundo controla aparelhos à
distância, e o terceiro transmite voz).
A tendência é termos um só aparelho que, dependendo
das teclas que se aperte, cumprirá TODAS as funções
que hoje dezenas ou centenas de tipos de aparelhos
diferentes cumprem, na nossa vida cotidiana. Um
só Design de Produto, para centenas de Designs de
Informação. Nesse ponto não posso deixar de lembrar da
semente plantada por Décio Pignatari nos anos 1960 na
Esdi (Escola Superior de Desenho Industrial), no Rio de
Janeiro, onde, como professor de Teoria da Informação,
design de informação? aqui 7