inLocus inLocus Jun. 2013 | Page 37

profissionais como William McDonough, Hernando de Soto, Dean Kamen, Lawrence Lessig, Stewart Brand, Hazel Henderson, Arthur Kroker, Catherine Gray e Jeffrey Sachs. Politicamente, Massive Change apresenta uma agenda global liberal. Enfatiza o lado mais positivo do capitalismo - sua habilidade de inovar em uma forma socialmente-responsável - enquanto identifica os multiplos atores na sociedade civil - “Grupos civis, empreendedores sociais, organizações não governamentais (ONGs), e associações não-lucrativas” - como seus agentes de mudança preferidos. O projeto não endereça geopolítica ou sua influência no design, nem trata de tecnologias potencialmente distópicas. Não sem críticos prontos a levantar preocupações legítimas sobre suas limitações, a intenção do projeto é de abrir novos caminhos para o compromisso do design e não analisar ou criticar as práticas atuais do design. Confiando grandemente em experts em assuntos diversos, Massive Change é sobre ação e não política, e tem sucesso ao fornecer uma rota de esperança para designers preocupados com o estado do mundo. Para citar exemplos práticos de como designers podem ganhar mais autonomia, podemos mencionar Curitiba, Brasil, em que Jaime Lerner, eleito prefeito três vezes a partir de 1971, transformou a cidade em um laboratório de baixa tecnologia em prol do urbanismo sustentável. Treinado como arquiteto e planejador, Lerner foi assistido por um grande grupo de arquitetos e designers empregados por um instituto urbano público. Juntos, identificaram e executaram centenas de projetos variando desde um sistema de trânsito rápido que tornou o transporte público mais efetivo até uma fábrica que produz brinquedos a de plástico reciclável, além de praças de pedestres e sinais de rua em Braille que foram adicionados à postes em intersecções de ruas. Tanto Massive Change e as conquistas de Jaime Lerner em Curitiba são exemplos de como os designers podem ter poder prático e discursivo, mas cada exemplo têm suas limitações. Massive Change não confronta as muitas maneiras em que designers são obrigados a produzir um mundo contrário aos valores que a exibição demonstra, nem sugere os tipos de mudanças políticas que devem acontecer para que designers possam realizar o trabalho que a exibição reinvindica. A liderança de Lerner em Curitiba demonstra que um designer - seja ele arquiteto, planejador ou designer de produto - pode conquistar muito em uma posição de poder. Mas continua a ser um exemplo idiosincrático que seria muito difícil de ser recriado em países com políticas diferentes. Assim voltamos ao argumento de Maldonado de que designers precisam buscar a autonomia e usá-la, se possível, para fins socialmente e ambientalmente produtivos. Eles precisam combater um mundo que está se tornando cada vez mais polarizado: riqueza contra pobreza; religião fundamentalista contra humanitarismo secular; sustentabilidade ambiental contra destruição ecológica; e utopismo contra resistência tecnológica. Para se posicionar nestas e outras forças opositoras é requerida uma intensa reflexão dos valores, objetivos e preocupações sociais do indivíduo. Também se faz necessária uma estratégia de alinhar-se com outros autores sociais e instituições cujos ideais sejam compatíveis com os do indivíduo. Como então podem os cenários futuros ajudar? Herman Kahn e Anthony Wiener acreditam que antecipar estes eventos futuros é uma tentativa de “aumentar as chances do desejável e reduzir as chances do indesejável”. Eles notam que “tendências ou eventos que possuam dependência de grandes fenômenos costumam ser mais vulneráveis a planejamento a longo-prazo que aqueles que dependam de circunstâncias únicas ou sequencias especiais de eventos”. Kahn e Wiener direcionaram suas observações ao seu clientes governamentais, corporativ