profissionais como William McDonough,
Hernando de Soto, Dean Kamen, Lawrence
Lessig, Stewart Brand, Hazel Henderson,
Arthur Kroker, Catherine Gray e Jeffrey Sachs.
Politicamente, Massive Change apresenta
uma agenda global liberal. Enfatiza o lado mais
positivo do capitalismo - sua habilidade de
inovar em uma forma socialmente-responsável
- enquanto identifica os multiplos atores na
sociedade civil - “Grupos civis, empreendedores sociais, organizações não governamentais
(ONGs),
e associações não-lucrativas” - como seus
agentes de mudança preferidos. O projeto
não endereça geopolítica ou sua influência no
design, nem trata de tecnologias potencialmente
distópicas. Não sem críticos prontos a levantar
preocupações legítimas sobre suas limitações, a
intenção do projeto é de abrir novos caminhos
para o compromisso do design e não analisar ou
criticar as práticas atuais do design. Confiando
grandemente em experts em assuntos diversos,
Massive Change é sobre ação e não política,
e tem sucesso ao fornecer uma rota de
esperança para designers preocupados com
o estado do mundo.
Para citar exemplos práticos de como designers
podem ganhar mais autonomia, podemos
mencionar Curitiba, Brasil, em que Jaime
Lerner, eleito prefeito três vezes a partir de
1971, transformou a cidade em um laboratório
de baixa tecnologia em prol do urbanismo
sustentável. Treinado como arquiteto e
planejador, Lerner foi assistido por um grande
grupo de arquitetos e designers empregados
por um instituto urbano público. Juntos,
identificaram e executaram centenas de
projetos variando desde um sistema de trânsito
rápido que tornou o transporte público mais
efetivo até uma fábrica que produz brinquedos
a de plástico reciclável, além de praças de
pedestres e sinais de rua em Braille que foram
adicionados à postes em intersecções de ruas.
Tanto Massive Change e as conquistas de Jaime
Lerner em Curitiba são exemplos de como os
designers podem ter poder prático e discursivo,
mas cada exemplo têm suas limitações. Massive
Change não confronta as muitas maneiras em
que designers são obrigados a produzir um
mundo contrário aos valores que a exibição
demonstra, nem sugere os tipos de mudanças
políticas que devem acontecer para que
designers possam realizar o trabalho que a
exibição reinvindica.
A liderança de Lerner em Curitiba demonstra
que um designer - seja ele arquiteto, planejador
ou designer de produto - pode conquistar muito
em uma posição de poder. Mas continua a ser
um exemplo idiosincrático que seria muito
difícil de ser recriado em países com políticas
diferentes. Assim voltamos ao argumento de
Maldonado de que designers precisam buscar
a autonomia e usá-la, se possível, para fins
socialmente e ambientalmente produtivos.
Eles precisam combater um mundo que está
se tornando cada vez mais polarizado: riqueza
contra pobreza; religião fundamentalista
contra humanitarismo secular; sustentabilidade
ambiental contra destruição ecológica; e
utopismo contra resistência tecnológica. Para
se posicionar nestas e outras forças opositoras
é requerida uma intensa reflexão dos valores,
objetivos e preocupações sociais do indivíduo.
Também se faz necessária uma estratégia
de alinhar-se com outros autores sociais e
instituições cujos ideais sejam compatíveis com
os do indivíduo.
Como então podem os cenários futuros
ajudar? Herman Kahn e Anthony Wiener
acreditam que antecipar estes eventos futuros
é uma tentativa de “aumentar as chances do
desejável e reduzir as chances do indesejável”.
Eles notam que “tendências ou eventos que
possuam dependência de grandes fenômenos
costumam ser mais vulneráveis a planejamento
a longo-prazo que aqueles que dependam de
circunstâncias únicas ou sequencias especiais
de eventos”. Kahn e Wiener direcionaram suas
observações ao seu clientes governamentais,
corporativ