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esigners certamente estão entre aqueles
dos quais as contribuições positivas são
essenciais para a construção de um mundo mais
humano. Experientes em diversas áreas - seja
design de produtos, arquitetura, engenharia,
comunicação visual ou desenvolvimento de
softwares - pontes, edifícios, a internet, meios
de transporte, publicidade e vestimentas são
só alguns exemplos. Empresas não teriam nada
para comercializar sem designers, e também
não teriam serviços a oferecer.Paradoxalmente,
designers unidos como uma classe profissional
poderiam ser absurdamente poderosos, e apesar disso suas vozes nos diversos congressos
onde políticas sociais e planos são discutidos e
debatidos raramente estão presentes.
Enquanto que o mundo já tenha ouvido muitos
clamores por mudanças sociais, pou-cas vieram
dos próprios designers, em parte porque a
comunidade de design não gerou argumentos
sobre quais tipos de mudança gostaria dever.
Apesar do potencial discursivo e prático que
possui para argumentar sobre o tema, a comunidade de design do mundo inteiro ainda não
gerou uma visão profissional única sobre como
sua energia pode ser canalizada para fins
sociais. Como criadores de modelos, protótipos e propostas, designers ocupam um espaço
dialético entre o mundo que é e o mundo que
poderia ser. Informados pelo passado e pelo
presente, sua atividade é orientada ao futuro.
Eles operam em situações que chamam por
intervenções, e têm a habilidade única de transformar estas intervenções em formas materiais
e imateriais. Ainda que outros normalmente
definam as condições de seus trabalhos,
designers ainda criam os artefatos que são
postos em uso no mundo social. Um desincentivo para que os designers se mobilizem é a
questão de sua autonomia ou habilidade de
programarem suas próprias agendas. O suporte
inicial para esta habilidade veio de Tomás Maldonado e outros teóricos de design na Itália no
começo dos anos 70. Eles caracterizaram o designer como alguém que projeta ou faz projetos,
stekkes
28 lá o design e o espírito humano