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true north POR ADEMIR PERNIAS FOTOS DIVULGAÇÃO Artista de rua: grafite dá um tom ` ` a O grafiteiro Alex Hornest – mais conhecido como Onesto – também compartilha da semelhança en- tre as duas práticas. “A pichação é o verda- deiro grafite porque tem o papel de transgre- dir, deixar uma marca e uma ideia. Quando uma pessoa sai para a rua com uma lata de spray, ela tem a intenção de deixar o seu registro, seja em desenho ou palavras”, conta o artista que teve o seu painel apagado na Avenida 23 de Maio, em São Paulo, durante a gestão do pre- feito João Doria. s grandes metrópoles brasileiras têm se tornado cada vez mais um espaço a céu aberto para manifestações de grafiteiros, com seus desenhos em paredes cegas de prédios e muros. Os grafites, sejam ou não autorizados pelos proprietários das “telas” onde são feitos, ou pelas autoridades, têm sido alvo de polêmicas entre os que os consideram uma manifestação artística válida e aqueles que os colocam na lista de poluição visual. Uma lei federal de 1998, conhecida como Lei de Crimes Ambientais, classifica essas manifestações artísticas entre pichação e grafite. A primeira é 32 ileGAL GALLERY ` ` proibida e prevê ao seu autor pena de detenção, de três meses a um ano, além de multa. Se a pichação for feita em monumentos ou prédios tombados pelo Patrimônio Histórico, a pena passa de seis meses a um ano. Em 2011, entrou em vigor uma lei federal que passou a considerar o grafite como uma conduta legalizada (diferente da pichação), desde que exista o consentimento do proprietário. Essa norma define o grafite como a prática que tem como objetivo valorizar o patrimônio público e privado mediante a manifestação artística sob o consentimento de seus proprietários.