A Semana de Arte Moderna de 1922
Assim como as diversas transformações que o mundo sofria no início do século XX, o Brasil também passava por um período de mudanças e inauguração de novos hábitos. Iniciava-se a industrialização do país e, como consequência, o crescimento das cidades, dando destaque para São Paulo, maior polo industrial da época e mais importante centro cafeicultor do país. Além disso uma grande leva de imigrantes chegava ao país para suprir as demandas do setor agrícola e também da recém-formada indústria, trazendo consigo transformações sociais a uma multiplicidade cultural nunca vivida pelo povo brasileiro.
Em todo o país se generalizava cada vez mais um sentimento de descontentamento em relação à República, recém instaurada no país e ainda sofrendo com as heranças do Império. Começava a se sonhar com um Brasil moderno, sobretudo os jovens intelectuais, que ansiavam uma renovação cultural e uma ruptura com os traços clássicos deixados pela corte. Esses novos atores passariam a lutar por mais direitos e por uma participação ativa.
O contexto
É nesse cenário social, político e intelectual que se formam e começam a atuar os intelectuais que irão participar da Semana da Arte Moderna de 1922 em São Paulo. Este grupo de jovens intelectuais brasileiros, embriagados por um nacionalismo acentuado fruto da Primeira Guerra Mundial e da emergente industrialização do país, influenciados ainda por um entusiasmo frente as comemorações promovidas por Epitácio Pessoa para o centenário da Independência do Brasil, movimentaram a Semana de Arte Moderna, que buscava romper com a criação artística tradicional das academias.
A Semana de 22 foi um movimento com caráter de manifesto, pois não estava alheio nem descolado do contexto em que o Brasil vivia, indo mais além ele foi um "registro sintomático da pulsação do organismo nacional, antecipando, através do pensamento, a insatisfação que tomaria forma política contra o tradicionalismo”.
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