High Voltage-08 High Voltage-08 | Page 107

Moto no caminhão e todos preparados para a partida. Seguimos viagem até que ao chegar na vila, que mais tarde soubemos que se tratava do centro de um garimpo peruano, o caminhão sai da estrada para o deses- pero de todos nós. Nos espalhamos de maneira que ao mesmo tempo pudéssemos enxergar uns aos outros e também escapar se precisás- semos fugir daquele lugar. Ouvíamos ao fundo uma música que estava vindo de algum cabaré ali por perto. As conversas ao redor das barracas que vendiam bebidas e comidas se interromperam alguns segundos, que para nós pareciam horas, assim que chegamos. Parecia que o tem- po congelou. Após mais alguns minutos de tensão o caminhão pára em frente a uma casa que depois também soubemos que seria para pegar seus documentos e poder seguir viagem. Passado mais este susto e de volta ao asfalto, foram mais de duas ho- ras atrás do caminhão numa estrada extremamente escura no meio das árvores da floresta amazônica que finalmente chegamos a cidade de Puerto Maldonado. Depois de rodarmos atrás de um local para passar a noite, convencemos o motorista do caminhão a dormir por ali também e no dia seguinte levar a moto até a fronteira do Brasil com o Peru na cidade de Assis Brasil, estado do Acre. Depois de uma noite mal dormida tentando respirar em um dos quar- tos mais embolorados que já vi em minha vida, acordamos cedo e em poucas horas estávamos cruzando a fronteira e beijando o solo de nosso ainda mais querido país. Fizemos os tramites necessários na fronteira e depois de ligarmos para o seguro, nos despedimos da moto e fomos para Rio Branco onde passaríamos a noite e nos despediríamos de nosso amigo Bibo Kaufmann que agora sem moto, pegaria o vôo do dia seguinte para voltar a Curitiba. Na próxima edição, acompanhe A QUARTA e última parte desta viagem.