Moto no caminhão e todos preparados para a partida. Seguimos viagem
até que ao chegar na vila, que mais tarde soubemos que se tratava do
centro de um garimpo peruano, o caminhão sai da estrada para o deses-
pero de todos nós. Nos espalhamos de maneira que ao mesmo tempo
pudéssemos enxergar uns aos outros e também escapar se precisás-
semos fugir daquele lugar. Ouvíamos ao fundo uma música que estava
vindo de algum cabaré ali por perto. As conversas ao redor das barracas
que vendiam bebidas e comidas se interromperam alguns segundos,
que para nós pareciam horas, assim que chegamos. Parecia que o tem-
po congelou. Após mais alguns minutos de tensão o caminhão pára em
frente a uma casa que depois também soubemos que seria para pegar
seus documentos e poder seguir viagem.
Passado mais este susto e de volta ao asfalto, foram mais de duas ho-
ras atrás do caminhão numa estrada extremamente escura no meio
das árvores da floresta amazônica que finalmente chegamos a cidade
de Puerto Maldonado. Depois de rodarmos atrás de um local para
passar a noite, convencemos o motorista do caminhão a dormir por
ali também e no dia seguinte levar a moto até a fronteira do Brasil
com o Peru na cidade de Assis Brasil, estado do Acre.
Depois de uma noite mal dormida tentando respirar em um dos quar-
tos mais embolorados que já vi em minha vida, acordamos cedo e em
poucas horas estávamos cruzando a fronteira e beijando o solo de
nosso ainda mais querido país.
Fizemos os tramites necessários na fronteira e depois de ligarmos
para o seguro, nos despedimos da moto e fomos para Rio Branco
onde passaríamos a noite e nos despediríamos de nosso amigo Bibo
Kaufmann que agora sem moto, pegaria o vôo do dia seguinte para
voltar a Curitiba.
Na próxima edição, acompanhe
A QUARTA e última parte desta viagem.