Passaram-se mais de quarenta minutos. Já havia escurecido e não
tínhamos o menor sinal de ajuda. Também estávamos apreensivos
com as pessoas que ficavam ao nosso redor esperando a primeira
oportunidade para obter alguma vantagem a nossas custa. Quando já
estávamos discutindo sobre como passaríamos a noite ali, por quase
um milagre entra no posto o rapaz da motinha seguido por um pe-
queno caminhão que seria nossa salvação.
A caçamba do caminhão não tinha fundo, apenas algumas tábuas in-
tercaladas de maneira que se pudesse enxergar o chão de qualquer
ângulo. Mas não tivemos dúvidas e num passe de mágica, erguemos
os mais de 400 quilos da moto para cima do caminhão e a acomoda-
mos em uma das tábuas. Era nossa única alternativa e não podíamos
desperdiça-la. Tínhamos consciência disso.