Hatari! Revista de Cinema HATARI! #02 Teen Movies (2015) | Page 10
ou escritos por Mr. Hughes. Filmes que mostravam as dificuldades de crescer e se tornar
adulto em um mundo que parecia girar cada vez mais depressa e onde ser aceito e amado
é, bem lá no fundo, tudo o que se busca – mesmo que a forma de expressar isso muitas
vezes seja meio torta. Os finais desses filmes sempre são, em maior ou menor grau, um
tanto sentimentais e como o próprio John Hughes disse em uma entrevista “isso tem a ver
bastante com o fato de que quando você é adolescente você quer que as coisas terminem
bem e isso quase nunca acontece (...), então no final dos meus filmes eu gosto de sair do
que seria a realidade e dizer: olhe, é isso que eu desejo pra você. Na vida as coisas podem
não sair exatamente do jeito que você queria, mas nos filmes elas podem”. Assim a vida se
tornava um pouco mais leve, podíamos até rir de alguns dramas juvenis (nossos dramas)
de vez em quando e no final sentíamos que não, nossa vida não era um filme, mas em
algum momento a seríamos aceitos. Nós, adolescentes da década de oitenta, tínhamos en-
contrado uma voz através de Ferris Bueller, Cameron, Andie e tantos outros personagens.
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