Hatari! Revista de Cinema #06 Cinema Nórdico | Page 28

psiquiatra. Sou psiquiatra há 27 anos. Estou completamente exaus- to. Ano após ano ouvindo pacien- tes que não estão satisfeitos com suas vidas, que querem se diver- tir, que querem que eu lhes aju- de. Isso esgota, podem acreditar. A minha vida não é exatamente muito divertida. As pessoas exigem tan- to. Essa é a conclusão que eu cheguei. Elas querem ser felizes. E ao mesmo tempo são egocêntricas, egoístas e pouco generosas. Bem, eu quero ser honesto. Quero dizer que elas são simplesmente mesquinhas. A maioria. Passar horas tentando fazer uma pessoa mesquinha feliz não faz sentido. Não dá para aguen- tar. Eu parei de fazer isso. Atualmen- te, só receito remédios. Quanto mais forte, melhor”. Desabafos assim são recorrentes em seus filmes. Falas sem filtro que propõem expor o ser humano ao seu estado mais íntimo. A última parte da trilogia, Um Pom