Pode-se dizer que a construção da Estrada de ferro foi o estopim, pois a população que residia na região do contestado era marginalizada pelos dois estados e pelo governo federal. Essa estrada gerou principalmente três fatores agravantes a essa população pobre. Milhares de famílias perderam suas terras, o desemprego e combinando com esses dois fatores, gerou o terceiro agravante, a fome.
No meio desse cenário de agravamento da pobreza, perca de território e emprego, foi o momento propicio para o beato José Maria influenciar essas pessoas. Segundo Boris Fausto, o surgimento de figuras messiânicas era fruto do descaso do governo para com as pessoas. Ao passo que introduziu na guerra o caráter messiânico, pois pregava: um mundo aos moldes da lei de Deus. Prometendo assim, paz, terra, justiça e trabalho. Ou seja, o que mais se queria naquele contexto pelos camponeses.
A guerra foi extensa e foi marcada por várias mortes de camponeses. O caráter messiânico se entrelaçou com as reivindicações sociais, pois, clamavam por emprego, assistência social, justiça e propriedade, sendo essas sustentadas pela religião. Mas de modo geral, a guerra representou a incompreensão do governo para com os camponeses pobres, a injustiça, o uso da força para conseguir o que querem (governo) e mostrou que o interesse de poucos (coronéis e empresários) estavam acima da maioria.