Governança Democrática - 3ª Edição | Page 163

mente relacionadas às possibilidades que oferecem para articular formas de interação flexíveis e estáveis, baseadas na confiança e na cooperação, nas possibilidades de articular diferentes interesses em amplos projetos, na capacidade de mobilização e responsabilização da cidadania a partir de valores compartilhados. • Em conclusão, o aproveitamento das potencialidades e oportunidades do desenvolvimento econômico e da coesão social depende da capacidade de gestão das interdependências dos atores sociais e institucionais. Esta gestão das interdependências é precisamente, como vimos, o que caracteriza a nova arte de governar: governança ou governo-rede, tal como indicou Mayntz, entre outros.7 O governo relacional necessita de qualidade democrática O governo assume um novo e singular papel, com o que adquire uma nova importância política em sua qualidade de representante eleito: assume o papel de articulador do interesse geral, a partir dos interesses legítimos dos diferentes atores e setores da cidadania. O governo já não deve imitar as empresas, mas inovar na sua relação com a cidadania. O governo já não vê a sua atuação limitada pela relação entre gasto público e PIB, mas, sim, que pode assumir novas e complexas necessidades a partir do envolvimento de todos os atores e setores que influem favorável ou desfavoravelmente nas respostas às mesmas. Os programas econômicos e sociais, pelas razões anteriores, podem aumentar substancialmente o escopo dos objetivos de 7 MAYNTZ, R. Nuevos Desafíos a la Teoría de la Governance in: Instituciones y Desarrollo, n. 7. Instituto Internacional de Gobernabilidad, 2000. Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades 161