mente relacionadas às possibilidades que oferecem para
articular formas de interação flexíveis e estáveis, baseadas
na confiança e na cooperação, nas possibilidades de articular diferentes interesses em amplos projetos, na capacidade de mobilização e responsabilização da cidadania a
partir de valores compartilhados.
• Em conclusão, o aproveitamento das potencialidades e
oportunidades do desenvolvimento econômico e da coesão
social depende da capacidade de gestão das interdependências dos atores sociais e institucionais. Esta gestão das interdependências é precisamente, como vimos, o que caracteriza a nova arte de governar: governança ou governo-rede,
tal como indicou Mayntz, entre outros.7
O governo relacional necessita de qualidade
democrática
O governo assume um novo e singular papel, com o que
adquire uma nova importância política em sua qualidade de
representante eleito: assume o papel de articulador do interesse
geral, a partir dos interesses legítimos dos diferentes atores e
setores da cidadania. O governo já não deve imitar as empresas,
mas inovar na sua relação com a cidadania.
O governo já não vê a sua atuação limitada pela relação
entre gasto público e PIB, mas, sim, que pode assumir novas e
complexas necessidades a partir do envolvimento de todos os
atores e setores que influem favorável ou desfavoravelmente
nas respostas às mesmas.
Os programas econômicos e sociais, pelas razões anteriores,
podem aumentar substancialmente o escopo dos objetivos de
7 MAYNTZ, R. Nuevos Desafíos a la Teoría de la Governance in: Instituciones y
Desarrollo, n. 7. Instituto Internacional de Gobernabilidad, 2000.
Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades
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