da vaidade. Entretanto, o problema é mais sério do que parece.
Segundo estudos do Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos (NIMH), cerca de 70 milhões de pessoas ao redor do mundo sofrem algum tipo de distúrbio alimentar, ajudando a turbinar o número de pessoas com depressão (cerca de 350 milhões no mundo, de acordo com a OMS), já que esta representa o principal sintoma da não aceitação do próprio corpo.
Comerciais televisivos, capas de jornais e revistas, anúncios publicitários, e inúmeros outros tipos de propagandas são veiculadas com a adoção de diversas estratégias de marketing para estimular o consumo desenfreado de diversos produtos e procedimentos estéticos.
O Brasil, por exemplo, apresenta o segundo maior mercado de cosméticos e de cirurgias plásticas do mundo, ficando atrás somente dos Estados Unidos. Outros produtos como os suplementos alimentares, também vêm sendo cada vez mais consumidos pelos brasileiros, movimentando cerca de R$ 1 bilhão de reais por ano, de acordo com dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Suplementos Nutricionais e Alimentos para Fins Especiais (ABFS).
Tais gastos excessivos estão cada vez mais correntes na sociedade contemporânea e, em igual proporção a crescente desvalorização da beleza natural do ser humano. Academias, clínicas de estética, cirurgias plásticas, uso indiscriminado de anabolizantes e medicamentos “milagrosos” estão entre as inúmeras vias utilizadas para facilitar a conquista do corpo almejado.
Nesse cenário, exerce um papel fundamental o sistema capitalista que, visando exclusivamente à obtenção de lucros, beneficia e movimenta o lucrativo mercado da indústria de beleza. No entanto, do outro lado da moeda, encontram-se jovens que estão mais vulneráveis a todo esse tipo de pressão social. Eles são estimulados precocemente a se adequarem a esse sistema de consumo desenfreado, no qual a sensação de felicidade, bem estar e inclusão social são deturpadamente relacionados à aquisição de bens materiais e à adequação ao estilo de vida e aos padrões que são impostos. Contudo, aqueles que por algum motivo não se adequam a esses valores acabam se sentindo inferiores e excluídos da sociedade. Logo, o que deveria trazer felicidade, traz assim angústia e insatisfação.