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Nº1| junho / 2017 Folha do Ó Alunos e seus familiares reclamam sistema de ensino Escola Estadual Manoel da Nóbrega divide opiniões entre morado- res do bairro e educadores Foto: Bianca Marchetti Ó Bailes Funk na Praça da Matriz perturbam moradores Bianca Marchetti Os frequentes Bailes Funk na tradicional Praça da Matriz, onde jovens fazem uso intenso de bebidas al- coólicas e drogas, ocasiona brigas, sujeira e depreda- ção do ambiente, além de som alto e falta de respei- to com os moradores do local, afirma a cardiologista Lucimara Alves, 41 ‘’Todo final de semana ligamos para a Polícia, que faz ‘vistas grossas’ para a bagunça. Muitas vezes os frequentadores fazem uso de maconha com policiais na praça. Nem todos os jovens ali são baderneiros, mas todos acabam incomodando quem trabalha durante o dia e precisa dormir a noite, além de morarem muitos idosos próximos ao local’’. A Policial Militar Adriana Lombardi se posicio- nou ‘’Sempre que somos acionados comparecemos ao local e acabamos com a zorra, mas nem sempre os mo- radores ligam para reclamar. Fazemos rondas no local periodicamente’’. Quadra da E.E. Manoel da Nóbrega após forte chuva. Bianca Marchetti O numero cada vez maior de reclamações refe- rentes a Escola conhecida como Matão entre seus fre- qüentadores, vem enchen- do sua página no facebook de reclamações, pais de alunos usam a ferramenta para desabafar suas insa- tisfações e alunos descon- tentes publicam as hashta- gs #QUEROIREMBORA e #MATÃOLIXO para ex- pressarem seu desconten- tamento com a instituição. Colaboradores da escola argumentam ser apenas um pequeno numero de alunos que propagam esta imagem ruim da Matão, o que divide opiniões. A vendedora Maria Aparecida, 58, conta que o sobrinho outro dia chegou em casa dizendo que uma professora simplesmente se sentou na cadeira e ficou mexendo no celular, ‘’Se re- cusou a dar aula! Perguntei o motivo e ele disse que a sala estava falando alto de- mais. Mas veja só, adoles- cente lá sabe falar baixo?’’ O professor Luiz Augus- to, 25, afirma que lidam com uma idade complica- da ‘’Quem já teve 12, 13, 14 nos sabe como essa fase é complicada, buscamos fa- zer sempre nosso melhor e ensinar da melhor ma- neira possível (...) torna-se quase impossível falar so- Pág.4 bre matemática ou histó- ria com alunos que estão mais interessados em ouvir musicas pornográficas a um professor ‘careta’, mas amamos nosso trabalho e nos apegamos aos alunos e suas histórias, quando se conhece a quem ensina, torna-se mais fácil fazerem prestar atenção em você’’ O aluno Felipe Coutinho, 12, relata que ‘’existem alu- nos que são bagunceiros e gostam só de conversar, exis- tem outros que gostam mui- to de aprender e de escrever. A escola tem muita carteira e cadeira riscada, mas são os alunos que riscam’’. A diretora Carmen Lima, 62, aponta pontos positivos na escola, ‘’Professores são rapidamente substituídos quando precisam faltar com aviso prévio, mesmo os alunos preferindo usu- fruir de aula livre no pátio ou na quadra. Não falta merenda e as salas contam com cortinas e ventilado- res que auxiliam em dias de muito calor’’. A coordenadora Paula Soares, 52, conta que a es- cola é acessível a crianças com deficiência física e os alunos são incentivados a exercerem trabalhos pre- paratórios para futuros vestibulares. As matérias passadas pelos professo- res contam com o auxílio da Apostila disponibiliza- da pelo Governo do Esta- do, deixando assim todas as escolas estaduais com o mesmo conteúdo mi- nistrado. ‘’Nossos alunos são sim difíceis de lidar, temos problemas como toda e qualquer escola de ensino fundamental e mé- dio. Nosso diferencial é a persistência. Somos capa- zes de notar quais alunos têm maior dificuldade e o orientamos de maneira es- pecial como, por exemplo, as aulas de reforço, muitos apresentam melhora sig- nificativa ao fim do se- mestre e ficam plenamen- te aptos a passarem de ano com boas notas’’ Pais de alguns alunos atuam no conselho da es- cola, como a mãe de Felipe, Lourdes Almeida Couti- nho, 32, que diz empenhar com muita satisfação esta tarefa, ‘’Em nossas reuni- ões procuramos nos aten- tar a problemas apontados por próprios alunos e en- contrar soluções cabíveis para os mesmos, muitos pais reclamam da escola sem nem ao menos procu- rarem se envolver , acredi- tando em tudo que alunos bagunceiros contam e não comparecendo nas reuni- ões de pais e mestres, assim fica difícil compreender a situação da escola’’. Religião e o marco 0 do bairro Pedro Ribeiro A Paróquia Nossa Se- nhora do Ó foi idealiza- da pelo bandeirante Ma- noel Preto e sua esposa. Após o casal obter a au- torização para a cons- trução de uma capela na então Vila de São Paulo, iniciaram o projeto e de- dicaram à Virgem Maria, com denominação de Nossa Senhora da Espe- rança ou Expectação. Em 1796, é inaugurada uma nova igreja, essa em homenagem a Virgem do Ó. Em 15 de setembro de 1796, se torna paróquia graças ao alvará de consti- tuição concedido pela Rai- nha de Portugal. O prédio foi condenado em 1896, quando um sacristão ao tentar espantar um enxame com fogo acidentalmente incendiou a paróquia. Foto: Tatiana Santiago Igreja Matriz localizada no Largo da Freguesia do Ó