CAPÍTULO PRECIOSO
Há um consenso quanto às necessidades
primárias, como exemplo, todas as
civilizações conhecem a função do abrigo.
Quanto ao que é atraente, não há consenso
A joia: uma arte necessária
Eliana Gola
Independente da cultura e dos costumes, as
necessidades básicas humanas estão associadas à
sobrevivência, a manutenção da vida. São elas o abrigo,
o alimento, a comunicação e o pertencimento. A
principal razão destas necessidades é a sobrevivência,
mas, a história, a proto-história e a pré-história mostram
sinais e provas de que o ser humano necessita também
agradar e embelezar o local onde vive, a roupa que
veste, sua comida, a forma que fala. Coisas que são
atraentes para os sentidos – ver, ouvir e tatear. Há
um consenso quanto às necessidades primárias, como
exemplo, todas as civilizações conhecem a função do
abrigo. Quanto ao que é atraente, não há consenso.
Um fator é comum entre todas as culturas: as coisas são
feitas, ditas, usadas para atrair e agradar. A atração atiça
o desejo das coisas e é comum entre os homens, mas,
o ser humano é um ser peculiar, possui corpo físico e,
também, algo que vai além do físico e pode ser chamado
de psique ou alma. O ser humano produz coisas para
o corpo e para a alma. O que é feito para a alma está
ligado aos costumes e é o que marca e identifica as
civilizações e as diversas culturas.
A arte pode ser considerada uma destas “necessidades
da alma” e, segundo alguns verbetes, a arte pode
ser entendida como a atividade humana ligada às
manifestações estéticas ou comunicativas, realizadas
por meio de uma variada gama de linguagens como a
pintura, a escultura, a arquitetura, a literatura, o teatro,
a música e a joalheria. Em todas, o processo de criação
se dá a partir da percepção e tem o intuito de expressar
emoções, sentimentos e ideias.
A arte nos faz refletir sobre conceitos e filosofias e até
antecipa as mudanças da sociedade.
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