Filosofia e Arte nº1 | Page 14

Huis Clos

Filosofia e Arte/14

Entrevista feita com Priscila Natany, graduanda em teatro pela UFSJ, sobre a experiência que teve ao montar a peça 'Entre Quatro Paredes'.

- Como foi o processo de adaptação da peça escrita para o teatro?

P: Eu tinha dois atores e uma atriz. O primeiro aspecto a ser pensado foi mudar o gênero das personagens da peça – originalmente duas mulheres e um homem- e, consequentemente, transformar as relações. A gente também não queria seguir as rubricas de cenário e figurino, que trazia um salão luxuoso com moveis em bronze. Projetávamos um inferno diferente que se daria mais pelas situações do que pela fisicalidade do espaço. A compreensão da peça de que o inferno são os outros nos fez apostar neste inferno que se estabelece pela interação com o outro. O inferno está no embate entre presenças, não num local. Foi a partir disso que elaboramos todo nosso trabalho.

- Você já havia tido algum contato com a filosofia ou literatura de Sartre antes de montar Entre Quatro Paredes?

P: Eu não conhecia nada do Sartre, mas no processo de criação li vários artigos sobre “Entre quatro paredes” e sobre as ideias existencialistas do autor, para compreender melhor que universo era aquele que a gente tinha começado a explorar.

Entrevista