Explora Web Magazine Ano II Volume VII | Page 9

Incentivadores de exploração P ara uma revista que apresenta aventura e exploração de mundos distantes e exóticos por adultos destemidos, a proposta de tratar da infância nesse artigo pode causar certo estranhamento a princípio. No entanto, minha intenção é despertar o olhar dos caros leitores - dos quais eu acredito que alguns sejam pais e mães, tios e tias, avôs e avós, ou ainda, professores e professoras - para o papel que os adultos cuidadores exercem nas atividades exploratórias das crianças e como essa relação sustenta suas próprias vontades, enquanto adultos, de continuar buscando novas experiências de exploração. A nossa capacidade de exploração desperta ao nascermos. Quando recém-nascidos, os nossos olhos buscam por informações no corpo das pessoas e nos espaços que nos circundam. Essa capacidade ganha força quando ficamos de pé e damos nossos primeiros passos. Nesse momento o mundo se abre: em pé enxergamos coisas que antes não enxergávamos, alcançamos coisas que antes eram inacessíveis e fazemos movimentos com o nosso corpo que antes não fazíamos. Ou seja, com o aumento da nossa capacidade de exploração com o corpo surgem mais oportunidades de aprender Páginas Verdes por Patricia Schubert sobre nós mesmos e o mundo a nossa volta. Mas onde os adultos, aqueles que eu nomeio como cuidadores, entram neste cenáriode exploração e aventura das crianças? Os cuidadores que fazem parte da vida criança são importantes interventores na relação da criança com seu ambiente de exploração. Isso acontece quando o pai ou a mãe, por exemplo, ensina um novo jeito de subir na árvore ou interrompe uma brincadeira ao perceber uma situação de risco. Quem já não sentiu aquele frio na espinha de ver uma criança desafiando a lei da gravidade em brincadeiras no balanço do parquinho? O comportamento de resposta dos adultos à algumas brincadeiras, seja interrompendo um movimento arriscado, ensinando algo novo, elogiando uma conquista ou apenas prestando atenção ao que elas estão fazendo, fortalece o vínculo afetivo entre cuidadores e crianças e gera um sentimento de segurança. Sentimento este que se traduz naquela voz interna que mais tarde nos diz: “Vá em frente que vai dar tudo certo”, mesmo sabendo que nossos pais não estarão mais nos empurrando por baixo para subir na grande árvore da vida. Ao tomar consciência de que como Explora Web Magazine 9