A ave-do-paraísovermelha (Paradisea
rubra). A direita, um
Orangotango na
floresta de Bornéu
principalmente em relação ao local. Ao analisar
seus milhares de registros, Wallace notou uma
variação na fauna jamais registrada. Nas ilhas da
porção oeste da Indonésia, havia primatas, como o
orangotangos e macacos de Sulawesi, e aves como
pica-paus e calaus. Nas ilhas a leste, porém, a fauna
mudava drasticamente: acabavam-se os primatas e
o topo das árvores era dominado por marsupiais
pequenos e até mesmo cangurus. Nessa região
também viviam as aves mais belas do mundo e que
faziam rituais magníficos que nenhum europeu
tinha visto até então: as aves do paraíso. Wallace,
obcecado por novas e magníficas descobertas e
precisando vender animais desejados na Europa,
partiu para algumas das terras mais selvagens do
planeta em busca destas aves. Porém, quase que a
história não acaba bem mais uma vez.
Em uma embarcação precária em meio às
fortes correntezas da região, Wallace perdeu
âncoras diversas vezes, teve membros de sua
pequena equipe perdidos em ilhas e quase morreu
de Malária e outros males que a vida na floresta
traz. Em compensação, viu uma natureza magnífica
que, até hoje, poucas pessoas viram e muitos
sonham ver. Exemplo disso foram as danças de
acasalamento de aves que nem parecem reais. Ao
vê-las em um lugar tão distante e de difícil acesso,
Wallace concluiu que tamanha beleza não poderia
ter sido criada para desfrute dos homens.
Dessa viagem, Wallace consegui voltar com
toda sua coleção à Inglaterra. Ainda bem! A linha
imaginária que hoje divide a fauna do arquipélago
malaio ganhou o nome de Linha de Wallace, a
região central do arquipélago é hoje chamada de
Wallacea e uma das mais raras e belas aves do
paraíso ganhou o nome de Wallace's standardwing.
Mas mais importante foi a ideia que teve durante
uma crise de malária em suas viagens. Wallace,
E x p l o r a W e b M a g a z i n e 10